sábado, 24 de maio de 2008

Ética rasgada

O Barão Pierre de Coubertin, idealizador dos Jogos Olímpicos, cunhou a frase de que “o importante é competir”. Mais do que uma frase, é um conceito. Sei que está fora de moda, nestes tempos de extremo profissionalismo do esporte, transformado em ambicionado produto econômico.

Na verdade, o conceito tem profundo conteúdo ético. A ética é um componente indissociável na prática do esporte, como o é em qualquer atividade ou relação humana. A ética manda que toda competição seja disputada com lisura.

Evidentemente que não foi o que Mogi Mirim e Oeste fizeram no jogo invalidado pelo Tribunal de Justiça Desportiva. Interessava a ambos o resultado daquela hora, o procedimento adotado é recorrente, com vários exemplos históricos. Mas, feriu a ética.

Não foi uma disputa executada com lisura. Aos mogimirianos, como eu, interessava obviamente que o Mogi subisse, seja lá por que forma fosse. Ignorar que o procedimento foi no mínimo duvidoso, sob o ponto de vista ético, é aceitar que a vida é um vale tudo e dar um pontapé nos valores morais, que devem estar presentes em toda situação.

Para ser sincero, acho que até ficou barato o resultado do julgamento, que só anulou o jogo fraudado e mandou realizar outro. Um resultado em que só o Mogi saiu perdendo, uma vez que tinha vaga assegurada e precisou disputá-la de novo. O Oeste já estava garantido. Sei não, mas que ficou no ar o sinal de alerta.

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