sábado, 28 de novembro de 2009

Não era para ser discutido

Ficou claro que não havia interesse em discutir o projeto de revisão da Planta Genérica de Valores, uma das bases de cálculo do IPTU.

O projeto foi enfiado pela goela dos vereadores uma semana após chegar à Câmara. E votado em duas sessões na mesma noite.

Agora, a Câmara é convocada extraordinariamente para votar o projeto que fixa os critérios para conceder isenção do IPTU às chamadas famílias carentes, que é uma derivação do anterior.

Ora, então porque não se deu duas semanas aos vereadores para examinarem e matéria, votando-se o projeto agora na próxima segunda-feira, juntamente com o outro?

Simples: o problema era o projeto da revisão e o prefeito queria que o assunto permanecesse na berlinda o menor tempo possível.

A Mesa da Câmara foi subserviente. Agiu como uma espécie de extensão do Executivo e fez o projeto tramitar em velocidade de Fórmula 1.

Ele é isso mesmo!

A reação do prefeito Carlos Nelson Bueno aos votos contrários ao projeto do IPTU é absolutamente previsível para o estilo da sua personalidade.

Os destemperos que teve em reunião com diretores em absoluto me surpreendem. Carlos Nelson é um dominador. Não se basta com o sucesso e a adesão da maioria. Precisa da unanimidade.

Seu histórico de relacionamento político é esse, desde que prefeito de Mogi Guaçu pela primeira vez. Jamais foi homem de mesuras e simpatias.

Posso falar até por experiência própria, uma vez que não apago de minha biografia a convivência que mantivemos em mais de uma ocasião.

Não há cristão que o fala refluir. Está para nascer quem o convença de que erra. Ele é assim. Foi este Carlos Nelson que Mogi Mirim elegeu por duas vezes, não podendo dizer que sua escolha foi um engano.

Estou avalizando, aprovando suas atitudes? Ao contrário. Ainda mais nestes tempos avançados que vivemos, acho que está em inteiro desacordo com os mais elementares princípios democráticos.

Estou apenas fazendo constatações. Carlos Nelson é isso sem pôr nem tirar.

sábado, 21 de novembro de 2009

Cada um como quer

Todo ser humano nasce com a virtude do juízo para poder exercer o direito de discernir.
Uma parte deles prefere ignorar essa benesse divina, de valor incalculável, para se entregar à subserviência mais servil.
Vidas perdidas.

Do que são acusados?

É recorrente nos discursos de que os políticos devem defender o ‘povo pobre da periferia’. Nos últimos dois meses, por exemplo, a desgastada frase se repetiu à exaustão.

Provavelmente vencido pelo excesso, estes dias me bateu na telha uma indagação, que passo à frente. Defender do que? Que crime esse povo cometeu? Do que é acusado?

Ora, bolas. Os pobres, sejam da periferia, do centro, da zona rural, dos morros e das favelas, não precisam de defensores, mas de agentes políticos que concorram para transformar as suas vidas. As vidas dos pobres – que fique bem entendido.

Para tomar o exemplo do momento, interpelo a quem quiser me responder: conceder isenção tributária muda a vida dessas pessoas? Retiram-nas do patamar em que se encontram e as alçam para uma melhor posição social?

Óbvio que não. Mas, antes que alguém se apresse a me rotular como ‘defensor’ dos povos ricos, deixo claro: não tenho posição contrária à concessão do favor. O problema é que ele ‘malemá’ (lembram que muitos dos nossos usavam essa palavra?) remedia. Não resolve nada. Antes, acho que serve mais a fins políticos. Como diz um amigo, em tom humorístico, isso “não infrói e nem contribói”.

sábado, 14 de novembro de 2009

A Fatec daqui e a Fatec de lá



A primeira foto é da Fatec (Faculdade de Tecnologia) de Piracicaba. Implantada no primeiro semestre de 2008, já ocupa prédio definitivo desde agosto deste ano.

Verifica-se que a construção é simples, sem sofisticações.

A segunda foto é da obra da Faculdade de Tecnologia "Arthur de Azevedo", de Mogi Mirim, que já sofreu duas interrupções e, correndo tudo bem, talvez seja ocupada no primeiro semestre do ano letivo de 2010.

Aqui, adotou-se projeto sotisficado e majestoso, o que certamente dá causa à demora na construção e, por certo, ficará muito mais caro que a escola de Piracicaba.

Questão de opção. Mas, é sempre oportuno lembrar que, enquanto Mogi Mirim possuiu pouco menos de 90 mil habitantes, Piracicaba está beirando 370 mil. Quatro vezes mais que Mogi Mirim.

Palpites e pitacos

1 – Não é de hoje que a estrutura local da Polícia Civil vem definhando. O quadro de profissionais sofre perdas que não são respostas. Me recordo ter ouvido, certa época, do ex-seccional Alcides Carmona, que foi titular aqui na Delegacia Central, a informação de que Mogi Mirim chegou a possuir sete delegados. Calculo que na ocasião a população do município somasse em torno de 50 mil habitantes. Penso bem obviamente que, conforme cresce a população, aumenta a demanda por serviços, cresce o número de feitos. Pedindo perdão pela má comparação, o fato é que há anos a Polícia Civil vem crescendo como rabo de cavalo. Para baixo. E o Estado festeja a distribuição de viaturas. Para pôr quem dentro delas?

2 – Atribuo à minha dificuldade de compreensão, mesmo para coisas simples, o fato de não entender certas coisas. O velho prédio da avenida Dr. Jorge Tibiriçá, novamente em reforma, voltará a abrigar a Delegacia Central. Tenho lembrança não vaga de ter ouvido, em anúncio solene no Gabinete do Prefeito, que o deputado Barros Munhoz garantiu verba para a construção de nova sede para a Polícia Civil. E que, em tais circunstâncias, o sobrado da Tibiriçá seria destinado à outras finalidades, talvez ligadas à cultura. Acho que não entendi bem. Mas, prometo: vou fazer um esforço para melhorar.

3 – O Tribunal de Contas tem sido inflexível com os prefeitos que não quitam, anualmente, o corresponde a 10% de suas dívidas com sentença transitada em julgado. São os chamados precatórios judiciais. Por isso, manteve decisão anterior que havia rejeitado as contas do prefeito Carlos Nelson, relativas ao ano de 2006. As de 2007 também já estão penduradas pela mesma razão. Quem tem amarga experiência com contas rejeitadas é o ex-prefeito Paulo Silva. Perorou, perorou e continua inelegível.

sábado, 7 de novembro de 2009

A mídia é má?

A ministra Dilma Roussef, candidata de Lula à presidência, ataca ‘parte’ da mídia, que segundo ela age com deliberada má vontade em relação ao governo.
Lá em cima é assim. Aqui em baixo também. A imprensa é acusada de privilegiar apenas o negativo, escondendo o que acontece de bom.
Então, concordam eles: a mídia é má.
A imprensa tem suas fraquezas, erros, vícios. Aqui e em qualquer parte do mundo. Afinal de contas, nem poderia ser de outro jeito, uma vez que é feita por seres humanos. Portanto, falíveis.
Do alto dos seus profundos conhecimentos sobre o tema, Lula acha que os jornalistas não devem fiscalizar. Só informar.
Na Argentina, a família Kirchner anda criando sérias dificuldades aos jornais independentes, em nítida conduta ditatorial.
A mídia não é má, exceto para aqueles que a querem capitulada ou cooptada. E é o que os poderosos do terceiro milênio querem fazer dela. Em Brasília, em Buenos Aires e em Mogi Mirim.

Em cima do laço

O projeto de revisão do IPTU pode ser votado na Câmara no que antigamente se chamava “em cima do laço”. A Prefeitura levou 10 meses para elaborar a matéria, que agora tem que ser votada em 45 dias.
Se o ritual fosse rigorosamente obedecido, só nas duas comissões pelas quais tem que passar a matéria consumiria 30 dias. Em cada uma, permaneceria 15 dias. Mas, se quiserem adotar velocidade de Fórmula 1, as comissões podem abreviar esse prazo a um dia.
Pela predominância que o governo tem nas comissões, é previsível que os pareceres sejam emitidos celeremente. E então o abacaxi vai com casca e tudo ao plenário.
A partir daí, prevejo calor, mesmo por muito que o projeto de agora seja melhor que aquele rifado no final do ano passado. E não se sabe se é ou não porque, até agora, dele só são conhecidos fragmentos.

Bombas, bombas, bombas...

Governador de plantão por apenas três dias, o deputado estadual Barros Munhoz foi saudado pirotecnicamente durante três minutos e meio. Contei no relógio. Por mera curiosidade. Ou por rabugice mesmo.
Nada demais, considerando que é mesmo prática usual entre autoridades públicas se saudarem com a queima de fogos. Aliás, Munhoz foi mestre no expediente, nas três vezes que governou Itapira.
Me ocorreu pensar uma coisa, depois do barulho de quarta-feira.
Quando vier a cidade, o que deve acontecer no começo do ano, Serra merecerá horas de saudação pirotécnica. Afinal, não só é o titular como está no posto há três anos.
Portanto, a Caramuru que intensifique a produção e reforce o estoque.