sábado, 30 de janeiro de 2010

Virada só no vizinho

Pelo segundo ano consecutivo, Mogi Guaçu vai receber o projeto Virada Cultural Paulista, que oferece, de graça, uma série de shows e apresentações artísticas as mais diversas.

Nada de bairrismo pelo fato de ser em Mogi Guaçu. Melhor assim do que nada. Guaçu é aqui pertinho. Como não tem aqui, é escolher a atração preferida e ir lá assistir.

Agora, será que a Prefeitura de Mogi Mirim manifestou algum interesse em trazer o evento para a cidade? Não há notícia a esse respeito. Suspeito, portanto, que não tenha havido interesse.

É curioso porque, ao contrário das festas de 1º. de Maio e 22 de Outubro, que aplaudo, a Virada Cultural Paulista nada custa às cidades, a não ser oferecer infraestrutura para a realização dos eventos. Os cachês dos artistas são pagos pelo Estado.
Alguém responde?

Chega de perder tempo

Acho que a cota de perda de tempo com Rivaldo já foi esgotada. Afora as habilidades futebolísticas com que brindou os mogimirianos, não de graça e nem por ação voluntária, sua relação com a cidade é de absoluto menosprezo. “Comprou” o Mogi Mirim para ganhar dinheiro e não para salvar o clube.
Quando está na cidade, se homizia em casa ou sabe-se onde. Lá de onde engorda ainda mais sua fortuna, emite despachos convocando torcedores a irem ao estádio prestigiar o time. Foi de lá também que disparou o torpedo que fez erodir o nome do Papa João Paulo II da frente do estádio.
Vai construir aqui? Sim, porque vai ser bom negócio construir para investir suas polpudas economias. Vai construir um centro esportivo na zona Leste? Vai, em compensação à brecha aberta na lei para que possa construir o que quer onde o que quer não caberia. Portanto, não está dando nada. Está, no máximo, no máximo, trocando.
Esse é Rivaldo. Com todos os seus direitos, é verdade. Mas, nada é além disso. Um endinheirado da bola. Só. Para que perder tempo com ele. Tanto quanto todos os mortais, vai passar.

Artimanhas

1 – Não sei, mas fico com a impressão de que Carlos Nelson colocou em tremenda saia justa o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Antonio Maciel de Oliveira. É simples: o prefeito se dispõe a dar 9% de aumento salarial ao funcionalismo, sob a condição de extinguir o adicional por assiduidade.
Segundo o que corre, 40% dos servidores recebem o benefício. Por óbvio, estes não terão a menor simpatia por perder o adicional. Os 60% que não o recebem estão – como de resto todo o quadro de servidores – por um reajuste que não vem desde abril de 2008. De que lado fica Toninho? Abraça os 9% nas condições propostas pelo prefeito, sob o risco de causar a reação dos que perdem o adicional? Ou briga por ambas as coisas, sob a ameaça de o percentual de reajuste sofrer redução e desagradar todo mundo, uma vez que Carlos Nelson alega não haver caixa para suportar as duas despesas? Por enquanto, Maciel prefere o silêncio.

2 – Todavia, não será só de Toninho Maciel o privilégio da saia justa. Mais uma vez, como aconteceu por ocasião da revisão do IPTU, a bancada aliada também será posta sob mais um dilema, se o projeto de Carlos Nelson chegar à Câmara na formatação com que está no forno. No caso do IPTU, como ficou evidenciado na segunda-feira, já há sentimentos de arrependimento. Ou, no mínimo, de que entre o discurso e a realidade, ficou aberto um fosso do tamanha do Atlântico, uma vez que pipocam os casos de reajuste de mais de 200% no tributo. O fato é que ser governo oferece bônus e cobra ônus.

3 – Na questão do reajuste proposto pelo prefeito, o argumento é de que 9% correspondem ao dobro do IPCA de 2009, que ficou em 4,31%. A conta ignora o IPCA de 2008, fechado em 5,9%. O rombo inflacionário, portanto, é de 10,21%, já que desde abril de 2008 os servidores não têm os salários corrigidos. No ano passado, não houve Cristo que conseguisse convencer o prefeito a reajustar a remuneração do funcionalismo, que passou a seco.