segunda-feira, 19 de maio de 2008

Terreno minado

O Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo pariu uma belíssima de uma encrenca, ao anular a partida entre Mogi Mirim e Oeste, realizada no dia 3, que terminou num zero a zero mais do que conveniente para ambos, determinando que voltem a campo.

Rejeitaram a preliminar defendida por São Bento e Atlético, que pleiteavam, pela via da eliminação de Mogi e Oeste, as vagas na divisão principal em 2009. Eliminação, num sentido amplo, seria a exclusão dos acusados dos quadros de filiados da Federação.

O Tribunal ficou com a tese de que os dois times fizeram mesmo um jogo de compadres a partir do momento em que o Atlético passou a ganhar do São Bento. O episódio não é novo. Que eu vi, Mogi e Novorizontino fizeram isso pelo menos uma vez, aqui mesmo. Na ocasião, passou em branco.

Jogo arrumado já aconteceu aos milhares. Meus contemporâneos não terão se esquecido de que, para salvar o Palmeiras do rebaixamento, o Guarani escalou um jogador irregular, em partida entre ambos, lá pelos anos 60. Assim, o Palmeiras já entrou em campo salvo da degola.

A partir da decisão do TJD, há um terreno minado à frente dos times de futebol. Uma zona perigosa onde será preciso muito cuidado para pisar. Num deslize semelhante ou diante de uma desconfiança, o risco será enorme. Se, bastando-lhe apenas o empate, um time entrar na retranca, poderá ser acusado de fraudar a ética da prática esportiva? Sei não...

2 comentários:

Anônimo disse...

A Federação Paulista de Futebol pode ter arrumando uma grande dor-de-cabeça. Desnecessária, diga-se de passagem, porque o resultado continua sendo todo ruim para o Atlético de Sorocaba, que sonhava com a vaga do Mogi.

Anônimo disse...

A verdade é uma só: faltou e continua faltando vergonha da cara e respeito ao esporte tanto do lado do Mogi e do Oeste quanto do lado do Atlético e do São Bento. Todos se valem de regulamento e quetais para defender seus interesses. Tivessem jogado futebol profissionalmente (são profissionais, não?!) e com seriedade, e principalmente com respeito pelos torcedores, ao longo do campeonato, e essa palhaçada não estaria acontecendo agora. Certa vez, Abrucez, logo que comecei no Impacto, você e o Maurinho discutiam quem cobriria esportes, mais especificamente futebol. Me lembro bem: estávamos naquele Fusca cor-de-burro-quando-foge da Gazeta Guaçuana, e ele perguntou: "e o Fernando?" Ao que você respondeu: "Não é o caso...". Estava certíssimo. Não sirvo pra isso. Eu queimaria as fontes num tapa. Por exemplo, não conseguiria ignorar fatos como o que teria ocorrido na casa que eu fui ver pra alugar numa das esquinas da rua Ulhôa Cintra, da qual desisti quando vi seringas cavalares jogadas por todos os lados. Procurei saber quem foram os inquilinos e soube que eram jogadores que ali viviam em república. Nem preciso dizer de que clube.