1 – Se existe uma elite intelectual em Mogi Mirim, aparentemente ela está em repouso. E não é de hoje. Já faz tempo que não se exprime naquilo que toda elite intelectual tem como sua maior virtude: a capacidade da reflexão e da produção de ideias. Nessa matéria, a cidade não tem sido feliz com os que deveriam ser os intérpretes de seus fenômenos e faróis de seu horizonte. Daí a profunda decadência política em que a terra “nascida da bravura dos paulistas” vem sendo mergulhada. A “bravura dos paulistas”, sinceramente, não está sendo correspondida. Não tem havido paralelo. Diante do que é forçoso reconhecer que a bicentenária cidade está entregue à própria sorte. E esta nem sempre é generosa.
2 – Lembro, por exemplo, que Mogi Mirim tem quatro ex-prefeitos vivos: Romeu Bordignon, Ricardo Brandão, Luiz Netto e Paulo Silva. A ausência de Romeu é compreensível em face de problemas que o acometeram. A omissão dos outros três é imperdoável. Não que precisassem ou precisem se candidatar de novo. Mas, não parece ser atitude cidadã o quanto se conduzem marginalmente em relação ao cotidiano da cidade. Penso que, quem governa a cidade seja por qual tempo for – pouco ou muito –, jamais deixa de ter responsabilidades em relação a seus concidadãos. Até pela experiência adquirida, deveriam fazer o exercício da crítica, fornecer contribuição para reorientar eventuais rumos e suscitar debates para emergirem lideranças de fato empenhadas com o futuro da terra sobre a qual todos vivem. Mas, qual o que...
3 – As vezes me pego convencido de que cultivo sonhos irreais, sem qualquer chance de se fazerem concretos. De um lado, porque ilusórios mesmo. De outro, porque a política destes tempos não reserva mais lugar para voluntários e cidadãos que se doam à causas de interesse coletivo. Hoje, é toma-lá, dá-cá. Tudo muito objetivo, prático, pragmático e profissionalizado. Se não há vantagem na perspectiva imediata ou, no máximo, de médio prazo, “tô fora”.
4 – Sonhador, iludido ou inocente, pouco importa o rótulo que melhor a mim se aplique. Tenho noção de vou levando essas convicções cada vez mais para as proximidades do túmulo e cada para mais distante da realidade. Sequer convido qualquer um que seja para solidarizar-se comigo nessas ideias que, certamente, a alguns ouvidos soam estúpidas. Faço o que parece ser a minha tarefa enquanto cidadão, mais do que enquanto jornalista. São reflexões e alguns maus humores que nascem da inconformidade de ver uma cidade com história tão rica dominada pelo silêncio do ‘não é comigo’.
5 – Para arrematar, voltamos sempre àquele ponto de partida: sempre que os bons, justos, honestos e bem intencionados se omitem, alarga-se espetacularmente a porta de entrada dos oportunistas e espertalhões. Não ganham todos com isso. Ganha uma ínfima minoria. A maioria paga o preço.
2 – Lembro, por exemplo, que Mogi Mirim tem quatro ex-prefeitos vivos: Romeu Bordignon, Ricardo Brandão, Luiz Netto e Paulo Silva. A ausência de Romeu é compreensível em face de problemas que o acometeram. A omissão dos outros três é imperdoável. Não que precisassem ou precisem se candidatar de novo. Mas, não parece ser atitude cidadã o quanto se conduzem marginalmente em relação ao cotidiano da cidade. Penso que, quem governa a cidade seja por qual tempo for – pouco ou muito –, jamais deixa de ter responsabilidades em relação a seus concidadãos. Até pela experiência adquirida, deveriam fazer o exercício da crítica, fornecer contribuição para reorientar eventuais rumos e suscitar debates para emergirem lideranças de fato empenhadas com o futuro da terra sobre a qual todos vivem. Mas, qual o que...
3 – As vezes me pego convencido de que cultivo sonhos irreais, sem qualquer chance de se fazerem concretos. De um lado, porque ilusórios mesmo. De outro, porque a política destes tempos não reserva mais lugar para voluntários e cidadãos que se doam à causas de interesse coletivo. Hoje, é toma-lá, dá-cá. Tudo muito objetivo, prático, pragmático e profissionalizado. Se não há vantagem na perspectiva imediata ou, no máximo, de médio prazo, “tô fora”.
4 – Sonhador, iludido ou inocente, pouco importa o rótulo que melhor a mim se aplique. Tenho noção de vou levando essas convicções cada vez mais para as proximidades do túmulo e cada para mais distante da realidade. Sequer convido qualquer um que seja para solidarizar-se comigo nessas ideias que, certamente, a alguns ouvidos soam estúpidas. Faço o que parece ser a minha tarefa enquanto cidadão, mais do que enquanto jornalista. São reflexões e alguns maus humores que nascem da inconformidade de ver uma cidade com história tão rica dominada pelo silêncio do ‘não é comigo’.
5 – Para arrematar, voltamos sempre àquele ponto de partida: sempre que os bons, justos, honestos e bem intencionados se omitem, alarga-se espetacularmente a porta de entrada dos oportunistas e espertalhões. Não ganham todos com isso. Ganha uma ínfima minoria. A maioria paga o preço.
Um comentário:
Walter,
foi o texto mais pessimista e melancólico que li em muito tempo.
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