quarta-feira, 4 de maio de 2011

Temática casual

1 – Quem ocupa cargo público, seja em que esfera for, precisa ter uma compreensão exata de sua função, das responsabilidades, das obrigações e dos deveres. Tem todo o direito, por exemplo, de não gostar do que o jornal publicou e tudo o mais. Não tem o direito de querer ser o proprietário do cargo e de operá-lo segundo suas vontades, humores ou preferências pessoais. Esse negócio de mi-mi-mi, de não-me-toques, não-me-reles é coisa de ontem, de muitos ‘ontens’, além de insuportavelmente arbitrária. Quem quer comer manjarzinho todo dia deve escolher profissão que proporcione essa benesse e esse conforto.

2 – Mudando de pato para ganso, a saída de Sidney Carvalho do cenário político sugere, a mim pelo menos, que Gerson Rossi deverá mesmo, a qualquer hora, tomar o caminho do PSDB. Por mais que Sidney afastasse a hipótese, era nome considerado nos arraiais tucano-oficiais para 2012. Excluído, vejo subir intensamente a cotação do chefe do Gabinete do Prefeito. Hoje, a meu juízo, é o candidato. Não vejo concorrência no oficialismo. Nem de sua prima, Flávia. A única condição, agora, é de que Gerson abandone o PPS, que aliás preside, e ingresse no PSDB.

3 – É uma questão a me parecer óbvia. O prefeito não poderá apresentar um candidato à sua sucessão que não seja do PSDB, que é o seu partido e o que domina o Estado há quase duas décadas. Poderá aliar-se e é o que fará para a indicação do vice – ou da vice? Mas, obrigatoriamente, a candidatura à Prefeitura terá que sair do tucanato, até por uma questão de honra para quem terá governado por oito anos, parte deles como filiado ao PSDB. Não ficaria muito legal a Carlos Nelson empunhar a bandeira de outro partido em sua sucessão, o que poderia ser interpretado como fragilidade do PSDB. Estão reunidos, então, os ingredientes para Gerson Rossi cobrir-se com a plumagem tucana.

4 – E por que é preciso Gerson arribar? Porque, com Sidney Carvalho definitivamente fora do páreo, o PSDB está inteiramente desprovido de alternativas viáveis. Como não dizer que, em tese, Maria Helena poderia ser o nome, considerando experiência anterior e o montante de votos que recebeu. Todavia, a vereadora faz parte da ala abominada por Carlos Nelson & Cia. A ala maldita, que o governismo não quer ver sequer pintada de ouro. Há menções a Osvaldo Quaglio. Pode ser no máximo para vice, o que se inviabiliza na medida em que a cabeça da chapa caiba aos tucanos. Resumindo, os rios correm para Gerson Rossi, que foi alvo de um mais do generoso elogio de Carlos Nelson. Foi, mais do que isso, um elogio sinalizador.

5 – Descortinado esse panorama, acho que a oposição pode, com razoável antecedência, começar a mover suas peças. Ou reunir-se em torno de alguém com efetiva capacidade catalisadora ou sair amalucadamente pelas ruas a apregoar nomes para todos os gostos e entregar o prato e os talheres para a situação fartar-se em mais um banquete eleitoral.

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