terça-feira, 17 de maio de 2011

Coisas do cotidiano

1 – É desagradável ser necessário enfatizar, mas é inevitável. Jornalista e jornal não são culpados pela notícia. Não são agentes do fato. Fatos costumam contrariar interesses. Portanto, é preciso saber lidar com eles, especialmente quem se mete na vida pública ou nela pretende ingressar. É de provincianismo brutal essa reação de derrubar os beicinhos, torcer o narizinho, ficar de mal, agir com má vontade ou vingativamente porque a notícia não agradou. É tudo bobagem, além de ser uma cabal demonstração da incapacidade de convivência em cenário que não seja o próprio quintal. É coisa atrasadíssima, que imaginei já ter sido extirpada da bicentenária Mogi Mirim. Cometi engano.

2 – Já vai para mais de uma semana que os semáforos da esquina da praça com a rua Conde de Parnaíba e da esquina da Chico Venâncio com o Jardim Velho apresentam avaria. Há momentos em que o pedestre – que é o meu caso – não sabe o que fazer. Certamente não custará grande sacrifício nem investimento de grande porte dar uma olhadinha e promover os reparos necessários. Os mogimirianos pagam muito bem por isso e para uma série de inutilidades.

3 – Não sei quem se engana mais. Se é Carlos Nelson com João Manoel e Maria Helena. Ou se Maria Helena e João Manoel com Carlos Nelson. Se há um tecido completamente esgarçado, sem qualquer chance de recuperação, é o da relação entre os três personagens. Só ingênuos acreditariam na sinceridade de uma conversa dos três. Porque, de fato, é recíproco o sentimento de aversão que permeia a sua convivência. Acordo em tal clima me parece soar tão falso quanto nota de 30 reais.

4 – A conversa que flui agora a partir de fontes do governo municipal procura caracterizar auxiliares diretos do prefeito como vítimas, resvalando para a condição de mártires. Estão se estressando sob o peso de denúncias, algumas transformadas em procedimentos judiciais em andamento. São coitados, que se oferecem em imolação pelo povo e têm como paga a detratação. Ora, ora, meus queridos. Diria o sábio e inesquecível Vicente Matheus que ‘quem entra na chuva é para se queimar’. Os bons enfrentam as dificuldades sem choros e lamúrias e provam sua bondade. Seria maldade, por exemplo, revelar que o ministro Antonio Palocci bombou seu patrimônio em 20 vezes desde 2006? Se não é suspeito, é ao menos estranho. Ele que prove que é tudo limpo. Transferindo, é o que se aplica em todos os casos, em todas as esferas. Sem lágrimas, até porque em muitas vezes falsas.

5 – Por último, é sempre oportuno lembrar que a política é mesmo um antro de crueldade. As relações nem sempre marcadas pela ética e pela retidão. Adversários são transformados em inimigos, a quem, se for possível, muitas vezes se quer abater pelas costas. Madre Tereza de Calcutá jamais se filiaria a partido político. Se me entendem...

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