sexta-feira, 11 de abril de 2008

As horas

O quadro oposicionista parece definido. Claro que há margem de tempo para refluxos e coisas tais. Parece difícil. Hoje, portanto, é certo que os opositores do atual governo municipal vão mesmo empreender carreira solo. O PV com Ederaldo Moreno, a coligação PSB-PT com Mauro Nunes Júnior e o PP com Jarbas Caroni.
Para quem precisa correr atrás, digo que o tempo é certo. A oposição não pode mesmo ficar à espreita, olhando por frestas a ação de seu alvo principal, que é o prefeito Carlos Nelson Bueno. Tem longa estrada a percorrer e, para chegar ao destino sem atraso, o que mais tem a fazer é gastar sola de sapato.
É muito perigoso avançar prognósticos sobre resultados de eleições, mas a temperatura medida na pele sinaliza para um páreo entre competidores desiguais. A oposição foi omissa e tardia e, talvez por isso, venha a pagar o preço. Isto, todavia, é outra conversa. Agora, definidas as bitolas contrárias ao status quo, voltam-se os holofotes exatamente para o Paço Municipal.
Afinal, que será o vice de Carlos Nelson? Bordignon? Gerson Rossi? Cirvidiu? Sidney Carvalho? Rogério Esperança? Ricardo Brandão? Fábio Mota? José Antonio Scomparin? Vejam que, num breve correr de dedos pelas teclas, listei oito nomes. Quase que cada um de uma das siglas que dão alicerce ao prefeito.
Romeu Bordignon resolveria tudo e não se falaria mais no assunto. Ao que se supõe, porém, não há uma palavra definitiva do vice-prefeito em acompanhar Carlos Nelson de novo. Ora, se a oposição se pôs a campo com a antecedência que me parece adequada, tarda a situação em decifrar seu enigma.
Por que? Penso na hipótese de que a escolha do vice de Carlos Nelson não se fará sem produzir feridas. Há muitos interessados e muitos interesses em jogo. Interessados e interesses restarão contrariados, produzindo as tais feridas. Como toda doença, essas previsíveis feridas precisarão ser tratadas com o remédio apropriado e no tempo preciso. O menosprezo à sua importância é perigoso. Pode dar origem a uma gangrena e resultar na perda do membro adoecido.
Carlos Nelson não é neófito e, portanto, está inteiramente à vontade para desdenhar olimpicamente estas considerações. A despeito disso, me atrevo a concluir que está demorando a decidir. Até porque, no final das contas, é ele mesmo quem vai decidir. E, quanto mais cedo, mais tempo para aplicar os curativos e cicatrizas as feridas.

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