sexta-feira, 14 de março de 2008

Guerra ou...

O promotor Rogério José Filócomo Júnior resolveu tocar numa das feridas de Mogi Mirim. Encaminhou expediente às autoridades locais, sugerindo medidas para fazer recuar o alto índice de furto de veículos na cidade.

Ao tomar a iniciativa, o representante do Ministério Público está exercendo em plenitude a tarefa de que se incumbe. É positivo. É muito bom quando, além do círculo restrito de determinadas funções, outras personalidades, sejam autoridades ou não, se mobilizem em torno delas.

Tomara que o promotor obtenha sucesso. E nem falo em causa própria, já que lá se vão 10 anos que não tenho o privilégio de ser proprietário de veículo algum. Torço pelo sucesso dele, entre várias razões, porque sei o quanto de sacrifício muita gente faz para possuir o seu automóvel.

A questão dos furtos de veículos, todavia, é – como disse lá em cima – uma das feridas a fazer sofrer um corpo em adiantado estágio de contaminação por doença cruel. Na verdade, doutor Filócomo, nós estamos a pé em termos de segurança como um todo.

Já escrevi várias vezes que não culpo os agentes – civis ou militares – pela crítica situação em que nos encontramos. Fazem o que podem. São poucos e mal aparelhados. O Estado pensa que fazer política de segurança pública é comprar viaturas.

Viaturas não são dotadas de inteligência. E prover segurança é, essencialmente, uma atividade de inteligência. Inteligência pressupõe material humano e, nesse quesito, nossa miséria desceu às profundezas da indigência, da miséria absoluta.

O ideal seria, portanto, que o brado lançado pelo promotor Rogério Filócomo Júnior fosse o pontapé inicial de uma dura e longa jornada. O furto de veículos é uma de nossas mazelas. Na verdade, os inimigos estão por todos os lados e agem em todas as frentes. Precisamos, em resumo, deflagrar uma guerra, pois uma batalha só não será suficiente.

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