A morte da menina Isabella foi o típico crime perfeito. Explico: não perfeito no sentido de se tornar impossível de ser desvendado. A autoria parece clara. E assustadora.
Foi o crime perfeito para a mídia televisa paulistano-brasileira. Num bairro da maior cidade da América Latina, envolvendo uma família de classe média e num cenário improvável para o grau da brutalidade.
Sem dúvida, um caso de enorme repercussão por todos os aspectos. Como é habitual, diante de um enredo dessa natureza a televisão é cruel. As minúsculas gotas de sangue que o caso deixou são consumidas com voracidade. Por horas e horas de programação.
Datenas e outros exemplares dessa fauna, que se banha de notoriedade nas águas avermelhadas das tragédias, gritam, gesticulam, espetacularizam o episódio. Do outro lado, milhões de curiosos mórbidos quase enfiam a cara dentro da televisão para tentar visualizar as vísceras da tragédia.
Não sei o que estará sendo mais trágico. Se a crueldade da morte da menina ou a crueza com que as redes de televisão exploram o caso. Aliás, com sucesso. A audiência dos telejornais subiu mais de 40%, desde que o corpo indefeso de Isabella tocou, fazendo um ruído seco, o gramado fronteiriço ao edifício de onde foi lançada.
Fosse Isabella uma menina de vestidos rotos, filha de família miserável, moradora num milhões de rincões incrustados no imenso território do país e estaria esquecida, sem defensores, sem falsos indignados, substituída nas manchetes das redes televisas por amenidades como o uso do cartão corporativo do governo para a compra de tapioca.
Caprichoso, o destino se incumbiu de oferecer à inescrupulosa maneira como a televisão é manipulada o crime perfeito.
Foi o crime perfeito para a mídia televisa paulistano-brasileira. Num bairro da maior cidade da América Latina, envolvendo uma família de classe média e num cenário improvável para o grau da brutalidade.
Sem dúvida, um caso de enorme repercussão por todos os aspectos. Como é habitual, diante de um enredo dessa natureza a televisão é cruel. As minúsculas gotas de sangue que o caso deixou são consumidas com voracidade. Por horas e horas de programação.
Datenas e outros exemplares dessa fauna, que se banha de notoriedade nas águas avermelhadas das tragédias, gritam, gesticulam, espetacularizam o episódio. Do outro lado, milhões de curiosos mórbidos quase enfiam a cara dentro da televisão para tentar visualizar as vísceras da tragédia.
Não sei o que estará sendo mais trágico. Se a crueldade da morte da menina ou a crueza com que as redes de televisão exploram o caso. Aliás, com sucesso. A audiência dos telejornais subiu mais de 40%, desde que o corpo indefeso de Isabella tocou, fazendo um ruído seco, o gramado fronteiriço ao edifício de onde foi lançada.
Fosse Isabella uma menina de vestidos rotos, filha de família miserável, moradora num milhões de rincões incrustados no imenso território do país e estaria esquecida, sem defensores, sem falsos indignados, substituída nas manchetes das redes televisas por amenidades como o uso do cartão corporativo do governo para a compra de tapioca.
Caprichoso, o destino se incumbiu de oferecer à inescrupulosa maneira como a televisão é manipulada o crime perfeito.