terça-feira, 18 de março de 2008

Fora!

Entrei no Pacaembu, pela primeira vez na vida, ainda na década de 50. Com tio Ribeiro, fui ver um jogo entre Corinthians e Botafogo de Ribeirão Preto. Eu sou são-paulino. Tio Ribeiro também era. Importava conhecer o Pacaembu.

Conto o capítulo para lembrar que, naqueles bons e saudosos tempos, não existiam as tais torcidas organizadas. Era o torcedor puro que ia aos estádios. Não tinha briga. No máximo, um xingo aqui, uma gozação acolá. Terminados os jogos, cada um seguia para sua casa em absoluta paz.

As tais organizadas infernizaram o futebol. Claro que com as exceções de praxe. Não se dão por satisfeitas dos males que causam dentro dos estádios e vão aborrecer dirigentes e jogadores nos treinamentos. Protestam, exigem, quebram. Que é isso?

Futebol é espetáculo, como uma peça de teatro. Torcedor é expectador. Como pagante, tem direito de vaiar. Até de xingar. Passou disso, é excesso que como tal tem que ser tratado. Como anuncia, agora, a Federação Paulista de Futebol, que vão ser tratadas as torcidas Mancha Alviverde, de palmeirenses, e Independente, de são-paulinos.

Estão proibidas de entrar nos estádios até o final do Campeonato Paulista. A medida atende recomendação do Ministério Público. Temo que a providência seja inócua, inútil, e eles consigam, burlando a vigilância, se apropriar dos estádios, como vêm fazendo há anos. Mas, não posso deixar de concordar com quem provocou e com quem tomou a decisão.

O futebol é manifestação cultural de propriedade do povo brasileiro. Não pode continuar sendo usurpado por meia dúzia de fanáticos ou desocupados, que vão extravasar suas frustrações nas arquibancadas das praças esportivas. Para todos eles, uma interminável e ensurdecedora vaia
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