1 – Quando a soberba fica maior que o personagem é um caso sério. Tem gente que não percebe já terem se exaurido seus 15 minutos de glória – se é que duraram tanto. São aqueles que sobem ao ponto mais alto do pódio da vaidade e se lambuzam em falsa sabedoria que, por trás, esconde cavalares doses de ignorância e de arrogância. É do gênero humano, como observo sempre. É questão de dar tempo ao tempo. Um dia passa e, aí, a realidade é dura e cruel.
2 – Em Mogi Mirim, o poder funciona assim – até rimou. Quando alguém quer saber alguma coisa, o poder silencia, se fecha em copas e adota o monólogo, custeado pelo dinheiro do contribuinte para dizer o que lhe convém. Aí, quando ele quer falar, se oferece generoso. Caso de agora.
3 – O POPULAR não obteve resposta alguma às 10 perguntas que encaminhou ao presidente do Saae, Rodrigo Sernaglia. Perguntas pertinentes. Todas. Inclusive quando tocava na questão política, uma vez que a natureza do cargo de presidente da autarquia, como de diretor de departamento, é política. A indicação é política. Voltando ao fio da meada, entre outros temas, o jornal tentou obter esclarecimentos acerca da troca de medidores de água em que o Saae se meteu, com os reflexos de todos conhecidos. Segundo as mal-traçadas linhas que chegaram à redação, na semana passada, a questão estava sendo tratada por diversas formas pela Assessoria de Comunicação. Sendo assim, a entrevista convocada para hoje deve estar no rol das “Outras alternativas estão sendo estudadas”, conforme o texto oficial que aqui desembarcou na quinta-feira. Porque a entrevista se destina a “reforçar detalhes do projeto de troca de hidrômetros na cidade”.
4 – Rubens Ricupero, então ministro da Economia, disse ao jornalista Carlos Monforte, da Globo, mais ou menos o seguinte: “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente joga debaixo do tapete”. Mutatis mutandis, parece ser o caso presente. O que convém a gente fala, de preferência sem ninguém enchendo o saco com perguntas. Sobre o que não convém a gente silencia, escapa, foge, dá de ombros. Deve ter chegado o momento da conveniência de falar.
5 – Em todo esse episódio, uma vez mais ficou evidente como o poder transforma a personalidade das pessoas. E o que é pior: para pior. Como não posso acreditar que Rodrigo Sernaglia tenha se recusado a enfrentar as questões postas pelo jornal por medo, pusilanimidade, sobra a alternativa da subserviência, da subordinação. E os indicadores nesse sentido são mesmo fortes, na medida em que as indagações de O POPULAR transitaram antes pelo Gabinete do Prefeito, ao qual é adstrita a Assessoria de Comunicação. O presidente do Saae recebeu ordem de não falar. Ou, numa hipótese um pouco benevolente, curvou-se a convincentes conselhos no sentido de que se mantivesse de bico fechado.
6 – A hipótese é perfeitamente crível, porque há históricos. Houve momento, há algum tempo, em que nada, nem só um pio poderia sair dos bicos tucanos do governo municipal que não fosse sob aval do prefeito. Pouco a pouco, a ordem se tornou putrefata como um defunto, que agora parece ter sido exumado com todo mau cheiro inerente a tal.
2 – Em Mogi Mirim, o poder funciona assim – até rimou. Quando alguém quer saber alguma coisa, o poder silencia, se fecha em copas e adota o monólogo, custeado pelo dinheiro do contribuinte para dizer o que lhe convém. Aí, quando ele quer falar, se oferece generoso. Caso de agora.
3 – O POPULAR não obteve resposta alguma às 10 perguntas que encaminhou ao presidente do Saae, Rodrigo Sernaglia. Perguntas pertinentes. Todas. Inclusive quando tocava na questão política, uma vez que a natureza do cargo de presidente da autarquia, como de diretor de departamento, é política. A indicação é política. Voltando ao fio da meada, entre outros temas, o jornal tentou obter esclarecimentos acerca da troca de medidores de água em que o Saae se meteu, com os reflexos de todos conhecidos. Segundo as mal-traçadas linhas que chegaram à redação, na semana passada, a questão estava sendo tratada por diversas formas pela Assessoria de Comunicação. Sendo assim, a entrevista convocada para hoje deve estar no rol das “Outras alternativas estão sendo estudadas”, conforme o texto oficial que aqui desembarcou na quinta-feira. Porque a entrevista se destina a “reforçar detalhes do projeto de troca de hidrômetros na cidade”.
4 – Rubens Ricupero, então ministro da Economia, disse ao jornalista Carlos Monforte, da Globo, mais ou menos o seguinte: “o que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente joga debaixo do tapete”. Mutatis mutandis, parece ser o caso presente. O que convém a gente fala, de preferência sem ninguém enchendo o saco com perguntas. Sobre o que não convém a gente silencia, escapa, foge, dá de ombros. Deve ter chegado o momento da conveniência de falar.
5 – Em todo esse episódio, uma vez mais ficou evidente como o poder transforma a personalidade das pessoas. E o que é pior: para pior. Como não posso acreditar que Rodrigo Sernaglia tenha se recusado a enfrentar as questões postas pelo jornal por medo, pusilanimidade, sobra a alternativa da subserviência, da subordinação. E os indicadores nesse sentido são mesmo fortes, na medida em que as indagações de O POPULAR transitaram antes pelo Gabinete do Prefeito, ao qual é adstrita a Assessoria de Comunicação. O presidente do Saae recebeu ordem de não falar. Ou, numa hipótese um pouco benevolente, curvou-se a convincentes conselhos no sentido de que se mantivesse de bico fechado.
6 – A hipótese é perfeitamente crível, porque há históricos. Houve momento, há algum tempo, em que nada, nem só um pio poderia sair dos bicos tucanos do governo municipal que não fosse sob aval do prefeito. Pouco a pouco, a ordem se tornou putrefata como um defunto, que agora parece ter sido exumado com todo mau cheiro inerente a tal.
4 comentários:
Grande texto, valter.
É terrível saber que tudo isso não é ficção.
Abraço
Você ainda se estressa com essas coisas, Vartão? Larga mão, não vale a pena. Por mais que argumente, não vão aprender nada, porque não querem aprender. Estão. E para essa gente é tudo que importa hoje.
Boa tarde Valter,
Nós somos do tempo que "nojento", era elogio. Lembra como era divertido.
Entendeu?
Abraços,
Edgard
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