quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dúvidas e humores

1 – A sindicância aberta na Prefeitura não chegou a esclarecimento algum a respeito das denúncias de desvio de cimento no Departamento de Serviços Municipais, o que beneficiaria o diretor, Fábio Mota. Mas, constatou que não há controle na entrada e saída de materiais do departamento. Resumo: as dúvidas persistem e o ex-assessor Maurício Gusmão até agora não foi desmentido. Mota não está absolvido, assim como, é verdade, também não está condenado. Ao menos é o que se conclui desde que a sindicância não foi cabal, afirmativa, definitiva. Serviu pizza? Não sei. O que tenho como certo é que o assunto vai ser pauta na próxima campanha eleitoral.

2 – Eu aprendi muito cedo que a minha profissão imporia satisfações e aborrecimentos. Ainda mais quando exercida com espírito crítico. Ao contrário do que todos dizem, que aceitam a crítica democraticamente e essas balelas, ninguém a absorve. Pela regra da exceção, corrijo: quase todos a ela se rebelam. Sobretudo na classe política. Eis aí a diferença: certos políticos são incapazes de adquirir a compreensão de estão sujeitos a não serem unânimes. Pegos no flagrante, derrubam o beiço feito criança mimada e resolvem virar a cara. Não entendem nada.

3 – A pessoa física pode não gostar de outra pessoa física, mas o mandato não vê circunstâncias. O mandato impõe irrenunciavelmente relacionar-se com amigos e inimigos, simpáticos e desafetos, gregos e troianos. Algumas cabecinhas não são capazes dessa compreensão, o que as dimensiona perfeitamente como representantes. Pequenas. Ultimamente, essa conduta tem sido muito recorrente pela falta de costume de conviver com a crítica.

4 – Ora a crítica, se não sabem os néscios, se propõe exatamente a melhorar, a corrigir, a qualificar. Essa coisa de que Deus qualifica é literatura de conveniência. Não me esqueço do que ouvi de Luiz Antonio Balzanello: Deus é bom mas não é tonto. Mas, deixa pra lá. Cada um escolhe a estrada que quer trilhar. Há os que preferem o caminho plano da demagogia, da exploração das dificuldades dos cidadãos, da falsa bondade que não é outra coisa senão cinismo desbragado a serviço de interesses políticos que não explicitam, mas que são evidentes.

5 – Recorro sempre às sabedorias de minha avó Egydia Batista de Campos, a Gidica de Martim Francisco. Faço-o hoje mais uma vez, para recordar que ela dizia o seguinte: quem não pode com peso não carrega muamba. Acredito que a mensagem seja suficientemente clara. Poderia também usar o bordão de extinto quadro humorístico da televisão: não prometa o que você não será capaz de cumprir. Resumo: humildade faz um bem danado. Do mesmo modo – é verdade – que ousadia também. Mas, é fundamental não esquecer que ousar tem preço e consequência. E ambos podem não ser algo que as costas sejam capazes de suportar.

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