sábado, 3 de setembro de 2011

Coisas da semana

1 – Gerson Rossi Junior voa hoje para a Alemanha. Mas, não é o chefe do Gabinete do Prefeito que viaja. É o prefeito virtual, o faz tudo, o resolve tudo, o pau para toda obra e o não-declarado-mais-óbvio-candidato-a-prefeito. Todo esforço é feito nos arraiais do governo para construir o lider, o capaz de suceder ao atual burgo-mestre, como diria, se vivo, o professor Adib Chaib. A questão que se vai saber mais tarde é outra. É possível preparar um postiço para disputar a eleição. Ao que disse no passado, Carlos Nelson costuma ser capaz de eleger poste. Nem sempre é possível preparar um prefeito. E essa constatação só é possível fazer depois do fato consumado.

2 – Esse PDT que anda conflagrado ultimamente tem algumas particularidades interessantes, bem reveladoras do que são os partidos políticos, especialmente nos municípios. Ele tem nuances governistas. Desfruta do Departamento de Obras e Habitação da Prefeitura, através de seu vereador licenciado Rogério Esperança. Na Câmara, entretanto, não exprime com clareza de que lado está. Tem parecido mais murista do que se acusava o PSDB. E não é que, de repente, tem uma costela sindicalista representada por Antonio Maciel de Oliveira. Toninho não parece alguém alinhado com o governo. Não custa lembrar que, no pós-eleições do ano passado, quando capotou como candidato a deputado, Esperança também andou proferindo desaforos à administração. Olha, de um cruzamento de espécies tão diferentes nada que venha à luz será menos que um monstro.

3 – De vez em quando amigos nos fazem abordagens que exigem algumas palavras. Nestes dias, uma delas foi quanto à predominância da crítica nas manifestações dos jornalistas, entre os quais com toda humildade me incluo. É simples de explicar: para elogiar os poderosos contam com os puxa-sacos devidamente escalados e em geral regiamente pagos – por espécie ou outras formas. Além disso, quem faz o certo não faz mais que a obrigação. Portanto, fazer o certo não os faz credores de afagos e tapinhas nas costas.

4 - Quem manda alguém querer ser prefeito, vereador? O próprio. Quis? Então que dê conta. Pariu Mateus? Então o embale. Resumindo: o papel da crítica é provocar reflexão, instigar, cutucar, desconfiar, lançar luzes no escuro, não deixar que mentiras e sofismas se consagrem como verdades. E é esse o papel porque os poderosos crescentemente perdem a credibilidade. Seu discurso desceu ao subsolo. A palavra anda valendo tanto quanto um guardanapo de mesa de bar, tantas são as vezes que ela não é respeitada. Com o diz Seu Peru na televisão, estou “porraqui” de ouvir discursos demagógicos. Infelizmente, não são todos os que percebem essas falsidades. Quem percebe tem que por para fora, trombetear. Os poderosos não gostam, porque em geral eles amam a unanimidade. E daí? Eles ganham, entre outras razões, para suportar contrariedades.

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