domingo, 25 de janeiro de 2009

“Leis é leis”!

Consta ter existido um político aqui na região que, ao ser questionado sobre certa decisão, emitiu uma sentença que se tornou folcloricamente antológica. Justificou: “leis é leis”.

A essa lembrança recorro para concordar com o autor da proclamação, se de fato existiu, corrigindo-a, entretanto, para a grafia correta, com a concordância adequada: leis são leis.

Em sendo assim, como tais as leis devem mesmo ser observadas em todas as circunstâncias, respeitados os limites que contem, como tudo contem limites. As leis, por sua vez, devem se adequar aos hábitos e costumes e jamais se deixarem banhar com as águas do bom senso.

Faço estas divagações como introdução para os repetidos episódios de canetadas que têm sido protagonizados pelos agentes de trânsito. Canetada, para quem não entende, é correr a caneta no bloco de autuações. É o que tem sido feito. Não por obra independente e intelectual dos agentes, mas por cumprimento cego e obediente a ordens superiores.

Tivemos o caso do Cemitério, em pleno Dia de Finados, que abespinhou o então vereador Mogiano. Nesse intervalo devem ter ocorrido outros. Agora, o alvo do exercício de tiro é o Lavapés, uma das mais ricas e pior exploradas áreas públicas de lazer de Mogi Mirim.

É um local que deveria ser tratado com carinho e estímulos. Poderia ser o grande catalisador noturno da cidade, uma espécie de Copacabana caipira. Mas, ao contrário disso, quando alguns empresários se deslocam para o Lavapés e mobilizam centenas de freqüentadores, lá vem a lei. E a caneta corre esperta.

Se “leis é leis”, não estão errados os agentes nem seus chefes. Errados estão os que a transgridem. Tudo certo, não fosse a falta de sensibilidade para perceber que toda cidade é regulada por seus hábitos e costumes. Não falo em tolerância para com a transgressão, mas na necessidade – e inteligência – de reconsiderar certos disciplinamentos.

Ao que consta, as autuações têm sido aplicadas porque o parque do Lavapés é volteado pelo arremedo de uma ciclovia. O que a delimita não é mais do que uma faixa amarela no solo, sem qualquer resguardo de segurança. Passei por ali noite dessas, certamente pouco depois das 10. Não vi um cristão exercitando os pedais. Porque esse não é mesmo o horário preferencial dos ciclistas.

Dito isto, por que não liberar para o estacionamento da clientela que frequenta os estabelecimentos do lugar, que divertem o povo, pagam impostos e geram empregos? Quem sabe alguém responde. Ah! Antes de terminar, um aviso: não tenho carro e nem o Lavapés está entre as minhas preferências de lugar para as sagradas Brahmas de sexta-feira.

Um comentário:

wy disse...

gostei muito do seu blog!!
acho q ñ é bobagens e sim verdades...adorei...