domingo, 13 de abril de 2008

Cida Pereira

Sobre Aparecida Pereira, todos que a conheceram poderão defini-la das maneiras mais diversas. A única coisa que dela não se poderá dizer é que, no exercício do mandato de vereadora, tenha se movido pela maldade em algum instante ou defendido interesses e princípios não nobres.

Era uma mulher gentil, educada e me parecia sinceramente empenhada em melhorar a vida dos cidadãos. Era o que chamo de vereadora comunitária. A sigla era detalhe. Foi PSB, deixou o PSB e entrou no PDT por isso.

Cida precisava da proximidade com o governo municipal para poder tornar concretas as reivindicações que recebia de sua comunidade. Só por isso. Não tenho conhecimento de favores pessoais, empregos ou coisas do gênero com que tenha se beneficiado.

Não é preciso escrever muito para descrever a Cida do Postinho, como sua vizinhança a conhecia. Basta dizer apenas uma coisa: era uma alma boníssima. Merece, portanto, todo o nosso respeito. Terá a nossa saudade. A saudade que só deixam as pessoas com alma semelhante à de Cida.

sexta-feira, 11 de abril de 2008

As horas

O quadro oposicionista parece definido. Claro que há margem de tempo para refluxos e coisas tais. Parece difícil. Hoje, portanto, é certo que os opositores do atual governo municipal vão mesmo empreender carreira solo. O PV com Ederaldo Moreno, a coligação PSB-PT com Mauro Nunes Júnior e o PP com Jarbas Caroni.
Para quem precisa correr atrás, digo que o tempo é certo. A oposição não pode mesmo ficar à espreita, olhando por frestas a ação de seu alvo principal, que é o prefeito Carlos Nelson Bueno. Tem longa estrada a percorrer e, para chegar ao destino sem atraso, o que mais tem a fazer é gastar sola de sapato.
É muito perigoso avançar prognósticos sobre resultados de eleições, mas a temperatura medida na pele sinaliza para um páreo entre competidores desiguais. A oposição foi omissa e tardia e, talvez por isso, venha a pagar o preço. Isto, todavia, é outra conversa. Agora, definidas as bitolas contrárias ao status quo, voltam-se os holofotes exatamente para o Paço Municipal.
Afinal, que será o vice de Carlos Nelson? Bordignon? Gerson Rossi? Cirvidiu? Sidney Carvalho? Rogério Esperança? Ricardo Brandão? Fábio Mota? José Antonio Scomparin? Vejam que, num breve correr de dedos pelas teclas, listei oito nomes. Quase que cada um de uma das siglas que dão alicerce ao prefeito.
Romeu Bordignon resolveria tudo e não se falaria mais no assunto. Ao que se supõe, porém, não há uma palavra definitiva do vice-prefeito em acompanhar Carlos Nelson de novo. Ora, se a oposição se pôs a campo com a antecedência que me parece adequada, tarda a situação em decifrar seu enigma.
Por que? Penso na hipótese de que a escolha do vice de Carlos Nelson não se fará sem produzir feridas. Há muitos interessados e muitos interesses em jogo. Interessados e interesses restarão contrariados, produzindo as tais feridas. Como toda doença, essas previsíveis feridas precisarão ser tratadas com o remédio apropriado e no tempo preciso. O menosprezo à sua importância é perigoso. Pode dar origem a uma gangrena e resultar na perda do membro adoecido.
Carlos Nelson não é neófito e, portanto, está inteiramente à vontade para desdenhar olimpicamente estas considerações. A despeito disso, me atrevo a concluir que está demorando a decidir. Até porque, no final das contas, é ele mesmo quem vai decidir. E, quanto mais cedo, mais tempo para aplicar os curativos e cicatrizas as feridas.

terça-feira, 8 de abril de 2008

No que pensaram?

Os postos de saúde de Mogi Mirim ficaram fechados na segunda-feira, dia 7, para que todos os servidores do departamento participassem de um seminário. Um absurdo, como já escrevi antes.
O assunto foi antecipado em manchete por O POPULAR, na edição de sábado, dia 5. A Câmara Municipal se reuniu em sessão ordinária na noite de segunda-feira. Nem um só vereador deu um pio sobre o assunto. Nem aqueles que exercem marcação crítica à administração municipal.
Nas conversas que mantive com inúmeras pessoas, inclusive médicos, todas consideravam reprovável a decisão da Prefeitura. Alguns até consideraram que o ato foi desrespeitoso para com a população. Os vereadores, representantes da população, não pensaram no assunto. No que pensaram?

O Brasil

Algumas coisas têm extraordinário simbolismo e uma enorme capacidade de decifrar o pensamento social. Pesquisas recentemente divulgadas revelam constatações muito interessantes.
O presidente Lula desfruta de uma aprovação pessoal anormal. O seu governo não. Não é contraditório? A reputação das instituições está em patamar baixíssimo. No caso do Congresso, preocupante. É contraditório. Quem elege deputados e senadores é a população, a mesma que devota pouco respeito ao Congresso.
É claramente perceptível que os escândalos e denúncias diariamente retratados pela chamada grande mídia não sensibiliza a população. O povo não está dando a mínima para mensalão, cartão corporativo, dossiê e coisas do gênero.
Concluo que ou estamos vivendo um estado de absoluta letargia ou o povo está mesmo feliz, vendo TV de plasma e falando adoidadamente no celular. E quer que o resto exploda. É uma larga e pavimentadíssima estrada para o terceiro mandato de Lula.

domingo, 6 de abril de 2008

Boa sorte!

O Mogi Mirim perdeu na hora certa. Caiu diante do Monte Azul, neste domingo, dia 6, quando já não fazia a menor diferença. O técnico Argel preservou alguns titulares e fez suas experiências.

O que ficou na cabeça de muitas pessoas foi o seguinte: não haveria o risco de a derrota contaminar o time? Isto é, quebrar o equilíbrio e a harmonia psicológica na hora crucial da competição?

Penso que não. O grupo pode até não ter a experiência suficiente – como não tem mesmo – para absorver a derrota. Mas, embora em sua primeira experiência, o técnico é muito forte nisso.

Por essa razão, conseguiu exercer o absoluto domínio do plantel. É sua grande obra nesse Mogi que não é muito diferente daquele que era treinado por Luciano Paschoal. Um time mediano, ainda que não abaixo dos demais competidores.

A ascensão do Mogi Mirim à elite, que estimo ser certa, precisará ser creditada enormemente a Argel. Recuperou a moral da tropa e foi vencendo as batalhas de uma guerra que agora está a seis jogos de terminar.

Argel vai entrar para história do Mogi. Sua passagem, todavia, será curta. Não irá além do Paulistinha. Assim que o campeonato terminar, choverão convites, aos quais o treinador não conseguirá resistir.

Até porque, o ex-zagueiro do Palmeiras e do Santos não assumiu o Sapo para fazer carreira aqui, mas para se colocar na rampa de lançamento para empreendimentos de maior calibre. Cumpriu o script direitinho. Que tenha sorte, portanto, no que vier pela frente.

sábado, 5 de abril de 2008

Um absurdo!

Não entra na minha cabeça como é que o prefeito Carlos Nelson permitiu essa doideira de paralisar todos os serviços de saúde prestados pelo Município, para que os funcionários participem de um seminário.

Que haveria de tão urgente a discutir e com que grau de rapidez poderão ser acionadas soluções, para justificar tal iniciativa? Não seria o caso de realizar esse tal seminário num sábado ou domingo? Acho que sim.

Teria que pagar horas-extras aos servidores? Qual o problema? Paga. Se é tão necessário fazer o seminário, de tal sorte a suspender as atividades do setor, justificaria plenamente o pagamento adicional.

Fazer o que a Prefeitura decidiu fazer, fechando todas as suas unidades de saúde numa segunda-feira, é ir de encontro a todo o discurso do próprio prefeito. Carlos Nelson elegeu a saúde como sua prioridade principal.

Aí, para reunir funcionários, suspende o serviço em pleno dia útil e no primeiro da semana, que teoricamente deve ser o dia que mais atrai clientes às unidades básicas e ao Centro de Especialidades Médicas. Um absurdo. É assim que resumo.

terça-feira, 1 de abril de 2008

Crime

1 – Quando ocorreu aquela apreensão de 4 toneladas de maconha, em dezembro, eu achei que alguém iria morrer nos dias subseqüentes. O tráfico é cruel com os incompetentes. E a apreensão só foi feita porque alguém foi incompetente ao permitir que a Polícia tivesse conhecimento da operação e efetuasse a apreensão. Não aconteceu.

2 – Não consigo ver nexo nessa interpretação das autoridades policiais de que a explosão do número de furtos de veículos em janeiro tenha tido como causa a apreensão da maconha. Acho uma relação distante demais pensar numa compensação do prejuízo da perda da maconha pela receita com a venda de carros roubados. Para mim, são tipos de negócios diferentes.

3 – Me parece conclusão óbvia que o grosso do furto de automóveis é ação de quadrilhas que agem por encomenda. E pelo modelo de automóveis visados, não é para desmanche, mas para esquentamento e venda no mercado.

4 – É fenômeno histórico – e não vai mudar nunca – que o crime anda sempre à frente da lei. Aí, sim, concordo que, se a capacidade de investigação não melhorar, jamais esse e outros tipos de delitos vão refluir.

5 – O ideal de acabar com a criminalidade é uma estultice. No máximo, o que é possível é reduzi-la aos limites toleráveis. Afinal, queiramos ou não, ela faz parte das relações humanas.