quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estão prontos? Nenhum

1 – Computando todos que se adiantam explicitamente ou que se insinuam, talvez tenhamos uma dezena de postulantes à Prefeitura para 2012. Ou, melhor definindo, pretendentes à indicação partidária para disputar as eleições do próximo ano. É obvio que isso vai se reduzir substancialmente. De todo modo, me parece, faltando ainda mais de um ano para a data crucial, que de fato as alternativas serão variadas, ao menos sob o ponto de vista numérico. Necessariamente não é mal, considerando o pleno exercício da democracia, como também no que diz respeito aos eleitores não ficarem presos a uma eleição plebiscitária ou a um referendo de sim ou não. Mas, o positivo da questão termina aí.

2 – É uma coisa curiosa que os pretendentes de lancem à disputa prévia não em face das posições pelas quais difiram de oponentes quanto às ideias e concepções administrativas. Lançam-se simplesmente porque se acham no direito, porque supõem a existência de uma luz no fim do túnel a guiar seus caminhos, descortinando um hipotético horizonte risinho e porque a política se transformou mesmo num território banalizado. Neste, pouco importam os valores. Importam as vontades. E a profusão de pré-candidaturas é derivada exatamente do exercício da vontade, do voluntarismo. Cada um se acha no direito de querer. E as regras do jogo permitem, desde que preenchidos os mínimos requisitos da filiação partidária.

3 – Não me perguntem o que pensa essa plêiade (é uma palavra em desuso que me deu vontade de usar) de pretendentes. Sinceramente, não faço a menor ideia, sobretudo porque nenhum faz mesmo exercício algum para revelar. Amigos ponderarão que ainda é cedo para exigir algo dessa ordem, tendo em vista que só a partir de julho do ano próximo é que começará a refrega da campanha eleitoral. Respondo: não é cedo não. Porém, mais do que não ser cedo, acho que o fato de nada sabermos do que está contido nessas pretensas cabeças coroadas é um aviso, quase uma advertência. Quem não sabe agora não vai saber daqui a 12 meses e, em alguns casos, talvez nunca mesmo. Faz algum tempo que isso não é mais uma pré-condição para postular o mais alto posto governativo da cidade.

4 – Alguns cérebros são verdadeiras caixas pretas, agravadas por, ao contrário de conterem segredos reveladores, não conterem coisa alguma. São, portanto, caixas pretas e ocas, imensamente vazias de conceitos que possam definir o contorno da leitura que fazem acerca da cidade, das necessidades do seu povo, das expectativas sociais, das projeções que formulam para o amanhã imediato e para o remoto, o mais distante. Sendo benevolente, pode ser até que eu esteja sendo injusto ao fazer tal avaliação. Eles pensam, mas não consideram necessário exprimir o que lhes vai na cachola porque o povo pouco está mesmo se importando com isso. Talvez seja isso. Não é o mais provável. Parece mais consentâneo dizer que, neste momento, não há um só dos postulantes pronto para a tarefa à qual todos querem se lançar. Que Mogi Mirim seja abençoada.

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