quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Fatores que pesam

1 – A inesgotável e riquíssima sabedoria mineira fornece o ensinamento: eleição e mineração só depois da eleição. A frase é muito clara e dispensa interpretação, mas de todo modo não custa traduzir: não se cante vitória antes de os votos terem sido todos computados. No atual estágio da política mogimiriana, não haverá ninguém que, a não ser em estado de total delírio, possa fazer hoje uma prévia proclamação de vitória. O quadro é árido. Fora o excesso de voluntários, não há mais nada. Ninguém a ser hoje reputado como plenamente capaz de uma boa gestão. Sequer capaz de favoritismo eleitoral.

2 – Nas rodadas de conversas que se cometo aqui e acolá, tenho percebido haver certa sensação de conforto por parte dos que se põem contrários ao atual governo da cidade. O raciocínio é o de que, sem Carlos Nelson na disputa, tudo fica muito igual. Ou até mesmo pende em favor dos contrários, ouço às vezes. Dia desses, sequestrei Ernani Gragnanello, que cuidava de outros interesses junto à administração do jornal, e lhe aborreci com minha ladainha. Esta que repito agora. Faltam nomes credíveis de ambos ou de todos os lados – é difícil saber quantos lados estão se constituindo.

3 – Atormentei os neurônios de Ernani. Sei disso. Mas, ele me perdoa. Me conhece. Disse a ele que a oposição comete erro que pode ser fatal na subavaliação das forças oficiais. Os nomes extraoficialmente postos nem superavam e nem ficam a dever aos concorrentes. Sob o ponto de vista de conteúdo, não passam de misteriosa caixa-preta. Entretanto, não se desdenhem duas coisas: a força do poder e a capacidade política de Carlos Nelson. A mão do poder já anda pesando por aí. Recursos estão queimados sem dó em procedimentos de nítido caráter de propaganda eleitoral disfarçada.

4 – A bem da verdade, diga-se que não é o primeiro governo a fazer. Se a mão pesa, o que não se dirá da caneta. E como ignorar a astúcia e a esperteza do alcaide. Ele pode eventualmente não estar atravessando um bom momento, espalhando blasfêmias e colecionando inimigos em espantosa profusão. Mas, não é aluno do ciclo básico. E aconselhável, em resumo, não se lhe dar as costas.

5 – Não sendo isso suficiente, considere-se uma realidade que muitos se recusam a admitir: a administração é operosa no que diz respeito às intervenções que fez me faz na cidade. Seu saldo é visível. Pode-se não gostar e até discordar. Não parece inteligente negar os méritos, os resultados. E, como se sabe, imagem de governo dá importantes empurrões. Não faz milagre, mas ajuda e pode até ser decisiva. Ora, quem se der à estultice de ignorar esse conjunto de favores pode colher tempestade. Em síntese, se os pré-candidatos oficiais não chegam a fazer medo, não há também do outro lado ninguém que os supere já desde a largada. Juízo. Eu não desconsidero a hipótese de viver mais quatro anos sob o mesmo status quo.

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