1 - Eu me recordo de ter escrito, no pós-eleição de 2008, que a maioria conquistada pelo prefeito Carlos Nelson na Câmara seria algo difícil de controlar e de manter. A Câmara havia sofrido ampliação em suas cadeiras, subindo de 10 para 17 e, nesse conjunto, 14 chegaram ao andar de cima do Paço montados na garupa do governismo. Em princípio, Márcia Róttoli, Orivaldo Magalhães e Benedito do Couto seriam vozes isoladas, considerando a dimensão da bancada situacionista. Dizia eu então que o difícil era saber quanto isso duraria. Que não duraria eternamente apostei desde o começo, me lembro que mencionando, entre as razões para o esgarçamento, a disputa de poder e de interesses.
2 – Hoje, para confessar, acho que o monolitismo foi longe demais. Foi à Câmara, afinal, não um grupo afinado partidária, programática e ideologicamente, mas o resultado de uma salada de frutas, ou numa outra visão, de uma grande feijoada, com ingredientes dos mais diferentes sabores. O governismo, em resumo, não foi construído sobre ideias e propostas. Erigiu-se sobre interesses. Suspeito haver, entre os eleitos, vereador que foi conhecer na campanha. Teria sido em cima do caminhão se comícios tivessem havido. Ora, essas construções não costumam mesmo resistir todo tempo, ainda que possam resistir até por anos. Pois resistiu por menos de dois. Constata-se o miserável grau de unicidade quando se verifica que, sequer dentro do próprio partido a que se encontra filiado o prefeito, há afinamento de posições. As contas do prefeito, relativas a 2007, foram ao ralo com votos tucanos. E não é de se estranhar, porque, no rigor das coisas, Carlos Nelson é mesmo um estranho no ninho.
3 – Restam a Carlos Nelson dois anos de mandato. De governo, um e um tantinho mais, porque quando o calendário virar de dezembro de 2101 para janeiro de 2012, estará aberta a temporada eleitoral e, a partir daí, salve-se quem puder. Não vejo como, exceto se na mais doce pressão, o prefeito vai conseguir reagrupar de novo as ovelhas desgarradas. A política costuma ser um Atlântico de enganos, mas certas posições estão me parecendo por demais consolidadas para que possam ser revertidas. Em alguns casos, a indisposição alcança o terreno pessoal. São fundas as queixas e muitas delas de ordem individual. Aí fica mesmo difícil.
4 – Para arrematar, não é a Carlos Nelson que deve caber necessariamente a tarefa de recuperar os infiéis. Ele, afinal, não estará na rinha. E a quem caberá tal encargo? Eis uma enorme interrogação sem resposta. O governo não projetou – ao menos até aqui – alguém com luz tão intensamente suficiente para contornar as diferenças e erguer-se com algum cacife para ser aquilo que se costuma chamar de ‘nome natural’. O governo não partilha virtudes. É exercido unipessoalmente, opera impositivamente. O que é, aliás, uma das causas das reações agora mais agudas e explícitas. O cenário, em resumo, não sugere a hipótese do refluxo. Ao contrário, sinaliza para crescente radicalização. E, por fim, sinaliza lá adiante com a perspectiva de uma eleição renhida, não improvavelmente num quadro de autofagia política.
2 – Hoje, para confessar, acho que o monolitismo foi longe demais. Foi à Câmara, afinal, não um grupo afinado partidária, programática e ideologicamente, mas o resultado de uma salada de frutas, ou numa outra visão, de uma grande feijoada, com ingredientes dos mais diferentes sabores. O governismo, em resumo, não foi construído sobre ideias e propostas. Erigiu-se sobre interesses. Suspeito haver, entre os eleitos, vereador que foi conhecer na campanha. Teria sido em cima do caminhão se comícios tivessem havido. Ora, essas construções não costumam mesmo resistir todo tempo, ainda que possam resistir até por anos. Pois resistiu por menos de dois. Constata-se o miserável grau de unicidade quando se verifica que, sequer dentro do próprio partido a que se encontra filiado o prefeito, há afinamento de posições. As contas do prefeito, relativas a 2007, foram ao ralo com votos tucanos. E não é de se estranhar, porque, no rigor das coisas, Carlos Nelson é mesmo um estranho no ninho.
3 – Restam a Carlos Nelson dois anos de mandato. De governo, um e um tantinho mais, porque quando o calendário virar de dezembro de 2101 para janeiro de 2012, estará aberta a temporada eleitoral e, a partir daí, salve-se quem puder. Não vejo como, exceto se na mais doce pressão, o prefeito vai conseguir reagrupar de novo as ovelhas desgarradas. A política costuma ser um Atlântico de enganos, mas certas posições estão me parecendo por demais consolidadas para que possam ser revertidas. Em alguns casos, a indisposição alcança o terreno pessoal. São fundas as queixas e muitas delas de ordem individual. Aí fica mesmo difícil.
4 – Para arrematar, não é a Carlos Nelson que deve caber necessariamente a tarefa de recuperar os infiéis. Ele, afinal, não estará na rinha. E a quem caberá tal encargo? Eis uma enorme interrogação sem resposta. O governo não projetou – ao menos até aqui – alguém com luz tão intensamente suficiente para contornar as diferenças e erguer-se com algum cacife para ser aquilo que se costuma chamar de ‘nome natural’. O governo não partilha virtudes. É exercido unipessoalmente, opera impositivamente. O que é, aliás, uma das causas das reações agora mais agudas e explícitas. O cenário, em resumo, não sugere a hipótese do refluxo. Ao contrário, sinaliza para crescente radicalização. E, por fim, sinaliza lá adiante com a perspectiva de uma eleição renhida, não improvavelmente num quadro de autofagia política.
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