sábado, 10 de julho de 2010

Inevitavelmente...

1 - ... não tem como, hoje, não tratar de Copa do Mundo. Era previsível a queda do Brasil tão tenramente? Sim e não. O futebol brucutu do time de Dunga não era assim tão reles que não fosse capaz de superar aos finalistas de amanhã. Era menos favorito, na prática, do que na teoria. O Brasil é sempre apontado com provável campeão e, na África, isso se repetiu. Mas, foi pelo histórico. De qualquer forma, mesmo não jogando grande coisa, não seria surpresa se estivesse na final de amanhã. O problema maior, a meu parco juízo, é que não jogou o futebol brasileiro.

2 – Sob o risco de sofrer uma saraivada de contestações, digo o seguinte: Copa do Mundo não exprime supremacia. Estou inteiramente de acordo, nesse meu raciocínio, com o excelente comentarista Paulo Calçade: o campeão de amanhã não seria o mesmo em agosto. O Mundial é muito momento, oportunidade, um pouco de sorte, uma pitada de erros de árbitros e certa dose de virtude. Como negar virtudes à Espanha e à Holanda? Mas, vença um ou outro, não significará que detêm a supremacia do melhor futebol do mundo. Serão legítimos campeões, sem dúvida. Supremacia, de verdade, o Brasil já teve em alguns instantes. Não tem mais, porque crescentemente a modalidade vem sendo burocratizada. O que foi a seleção de Dunga senão burocrática, formal, chata e previsível?

3 – E os árbitros? Alguns decidiram jogos em favor de uns e em prejuízo de outros. Alguns não decidiram, mas protagonizaram erros danosos às duas equipes que estavam em campo. Pois bem. Foi o bastante para reacender a discussão de que o futebol precisa, urgentemente, incorporar o recurso tecnológico da imagem para corrigir as falhas daqueles que, como meus contemporâneos, eu chamava de apitadores. A discussão é longa. Prefiro outra via de análise. É impossível que a qualidade da arbitragem, hoje, seja pior do que nas décadas retrocedentes – 90, 80, 70, 60... Impossível porque as condições de formação dos árbitros e auxiliares, como em todas as atividades humanas, são hoje muito mais aprimoradas e os próprios profissionais desfrutam, nesta nossa era, de qualificações intelectuais muito mais ricas. Dirá o leitor: e daí?

4 – Daí que os erros sempre existiram, eventualmente até mais grosseiros dos que foram observados na África do Sul. Quem não se lembra do gol de Rivelino contra o São Paulo, em que a bola ingressou na meta pelo lado externo da rede? Ali já foi possível, com o velho videoteipe, aferir o erro. Na Copa da África, em cada partida disputada a relação era absolutamente desigual: o árbitro com dois olhos para decidir e 40 câmeras de televisão, ainda mais com o recurso do slow motion, para mostrar o erro. Daí, e concluindo, digo: os árbitros estão perdoados.

2 comentários:

Anônimo disse...

Diga lá professor. São duas da manhã e eu aqui acordado. Talvez pela ânsia para o jogo de amanhã, apaixonado pelo futebol que sou.

Permito-me concordar e acrescentar umas coisas. Esta seleção não arrancou um só surpiro. Seja de alegria ou decepção. O que me faz sentir representado, não é uma camisa ou um discurso patriota. Este estado é propiciado por um estilo de jogo, que não vi, nem de longe.

Futebol é momento,claro. E só quem pode desmentir isso é o futebol sul americano. Argentina e Brasil. Vencer pela diferença tecnica. Mesmo sem a melhor equipe.Eles tentaram. Nós, nem isso. Então, ganha quem tem uma forma arrumadinha, um padrão e um pouquinho minguado de talento.
Caso das finalistas.

Árbitros? Coitados. Ruins, mas deslealmente avaliados.

Sempre um prazer ler suas blobagens. Jornal, Twitter e blog.

Abraço, professor

João Gonçalves

Rosana Bronzatto disse...

Adelante España. No pasarán!