sábado, 10 de outubro de 2009

Trocas, ambições e curvas

1 – O que terá acontecido eu não posso fazer idéia, nem passarinho algum soprou no meu ouvido.

Mas, a reforma de cabo a rabo no Departamento Financeiro não foi promovida por representar o esporte favorito do prefeito Carlos Nelson Bueno.

Não cabe na minha cabeça que, ao trocar o diretor, o prefeito tenha resolvido aproveitar a oportunidade e fazer uma mexida geral. Alguma maionese desandou.

Já as trocas anteriores foram, de algum modo, nebulosas. Explicou-se a reintrodução de Rogério Esperança, face a ter sido resultante de lance de negociação política.

Não era, todavia, o caso de necessidade, considerando-se que, um pelo outro, João Bordignon Neto leva no mínimo a vantagem de ser engenheiro.

Entendeu-se a escolha do major Getúlio Macedo para o Departamento de Segurança, por sua experiência de décadas na Polícia Militar. É um especialista reconhecido.

Sucedeu a Ruy Machado de Oliveira, que teria manifestado interesse em se afastar, segundo as versões oficiais.

Versões oficiais são como o biquíni, na definição do saudoso poeta Vinícius de Moraes: mostram quase tudo, mas escondem o fundamental.

2 – Moacir Genuário é figura humana por quem tenho admiração e gratidão.

Não foram poucas as vezes que, com seu inesquecível Chevette amarelo, me caroneou de Campinas a Mogi Mirim, ao final dos jogos da Ponte Preta.

Hoje vereador, após experiência como subprefeito do que chamo de futuro”Principado de Martim Francisco”, revela suas ambições políticas quando decide disputar o comando do PMDB.

O alvo do tiro está mais à frente, em 2012, quando pretende disputar a Prefeitura.

De fato, para viabilizar candidatura dessa altura é preciso dispor, como condição essencial, de garantia de legenda.

Mas, reflito aqui no meu canto que joga uma cartada perigosa. Se sofrer uma capotada na competição pelo domínio da sigla, seus projetos estarão seriamente comprometidos.

Tornar-se-á oposto ao grupo que restar dominante e que virá a ser o mesmo que controla o velho PMDB há décadas, com notórias tendências de pouca ousadia.

Em tais circunstâncias, será muito difícil obter adesão ao seu projeto, uma vez que o peemedebismo mogimiriano, não de agora, adota a prática de não trocar o certo pelo duvidoso.

3 – Outrora, graves acidentes ocorreram no ponto em que a Rua Santa Cruz se converte em Marciliano ou esta em Santa Cruz.

Houve quem apelidasse o local como ‘curva da morte’, dado que, procedentes da Praça Tiradentes e aproveitando a descida, motoristas afundavam o pé no acelerador.

Não faltará quem argumente que a cidade é mesmo feita de subidas e descidas, o que sempre implica risco.

E mais: também não faltarão os defensores do argumento de que os perigos verificados no trânsito têm como fonte a irresponsabilidade de quem dirige veículos.

É uma verdade, porém não inteira. Penso caber às autoridades o dever da precaução, isto é, de não criar situações que facilitem o risco.

Ah! Antes que me joguem na cara, confesso: não possuo o menor conhecimento acerca de engenharia de trânsito. Especulo.

Mas, também é verdadeiro que, no poder, há muita gente que não tem a menor noção do que está fazendo lá.

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