sábado, 13 de agosto de 2011

EDITORIAL DE O POPULAR - Medidas para moralizar. Quem assume?

O atual governo municipal, já em sua segunda e última quadra, incorporou aos costumes políticos de Mogi Mirim a prática do loteamento de cargos. É natural que todos os governos se cerquem de aliados, portanto designando-os para os postos em que o requisito da confiança seja indispensável. Mas, o sr. Carlos Nelson Bueno extrapolou os limites.
Não só loteou como cooptou quem pode e levou para o governo. De ex-candidato a vice-prefeito adversário a vereador da base, nada escapou, inclusive vereador que entra e sai da administração ao sabor de circunstâncias jamais clara e convincentemente explicadas. Não escaparam da generosidade, até quando foi possível, esposas de gente de dentro. O número de funções de livre designação, portanto subordinadas aos humores do prefeito, explodiu espetacularmente. O período é deplorável e não pode se reproduzir no próximo governo.
Pois bem. Faltando ainda mais de um ano para as próximas eleições, já há algumas clarezas quanto a postulantes ao posto de Prefeito Municipal a partir de 1 de janeiro de 2013. De ambas as correntes – situação e oposição. A estes e a seus respectivos partidos políticos, O POPULAR decide lançar um desafio, com vistas a corrigir esse degenerado quadro de apropriação do governo pelos interesses particulares.
É de se supor que a leitura dos pré-candidatos acerca do quadro não seja diferente em relação a que faz este jornal. Então, sugerimos a todos em conjunto e cada um de per si firmar compromisso, como meta irrenunciável para o futuro governo, em torno dos pontos que elencamos em seguida:
1 – drástica redução dos cargos e funções de livre provimento, restringindo-as ao mínimo necessário;
2 – promover a designação de diretores em obediência ao rigoroso critério técnico da especialidade, formação superior e comprovada experiência e competência;
3 – não designar parentes em qualquer grau de vereadores e de membros do quadro de auxiliares para cargos e funções comissionadas;
4 – não designar vereador para ocupar cargo na administração municipal;
5 – promover o aproveitamento exclusivo de servidores do quadro permanente da Prefeitura para os cargos de assessoramento de nível imediatamente inferior aos de diretor de departamento
Estas medidas representam o mínimo a oferecer à sociedade como compromisso de moralizar a ocupação dos cargos públicos, substituindo o critério político-partidário-pessoal pelo interesse público, de modo a obter o melhor aproveitamento dos recursos empregados e a maior eficiência administrativa.
Na verdade, as sugestões aqui contidas em nada inovam quanto ao que deveria ser natural na administração pública. Mas, ao correr dos anos, a liberalidade tem substituído a moralidade e os cargos públicos, pagos pelo que se toma do bolso dos contribuintes, vêm sendo crescentemente apropriados, com espantosa falta de vergonha, para atender indisfarçáveis interesses políticos.

Um comentário:

pedro zeballos disse...

Esse tal de Carnelso, se leu o editoral, deve ter rido muito.