sábado, 17 de julho de 2010

Pedágio, o bode na sala

1 – Claro que a remoção do futuro pedágio de Mogi Mirim para Santo Antonio de Posse não resolve. Ameniza alguns efeitos, mas no essencial permanece a mesma coisa. O absurdo está em instalar outro posto de cobrança com tanta proximidade, ainda que desdobrando a tarifa. A medida é notoriamente política, para fazer alguns agrados. Como é inevitável em casos semelhantes, não consegue evitar a criação de outros incômodos.

2 – Daqui a pouco, quem vai de Mogi Mirim a Santo Antonio de Posse pela SP 340 terá que pagar. Entre Mogi e Holambra, Mogi e Jaguariúna idem. Quem estuda em faculdade de Jaguariúna terá custo adicional. Os proprietários rurais de Mogi Mirim, que ficarão livres da tarifa para se moverem dentro do município, não escaparão de pagar pedágio. Os exemplos iriam longe. É dispensável relacioná-los todos.

3 – É curioso que o deputado Barros Munhoz tenha sido o porta voz da ‘boa nova’. Por fatores: a) não ocupa cargo algum na estrutura administrativa do Estado; b) disse que a decisão foi tomada pelo governador Alberto Goldman na noite de quinta-feira, mas a entrevista coletiva foi convocada já na tarde de quinta-feira; c) a prerrogativa de fixar local de pedágio não é do governador, mas da Artesp; d) a Artesp não é subordinada ao Palácio dos Bandeirantes – ou não deveria ser – como a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) não é subordinada ao Palácio do Planalto.

4 – Acho que essa história ainda não acabou. E o que mais estranho mesmo é o fato de os tucanos botarem um bode na sala exatamente às vésperas da eleição. Para qualquer lugar que levarem o bode, ele vai feder. E deixará resquícios do odor mesmo de onde for removido.

Nenhum comentário: