quarta-feira, 14 de julho de 2010

Lá não como cá

Por extrema coincidência, assisti na segunda-feira a uma sessão da Câmara de Americana, transmitida através do canal de televisão da Assembléia Legislativa. Às vezes, vejo também o que se passa pela Câmara de Campinas.

No caso de Americana, de início, um dado interessante: são 13 vereadores. Mas, brutalmente me espantou o nível da discussão. Brutalmente no sentido positivo.

Discutia-se projeto de permuta de imóveis para a instalação de uma empresa na cidade – lá empresas se instalam –, com todos os contornos que casos dessa natureza costumam conter.

A surpresa: o altíssimo nível de discussão, com sucessão de argumentos prós e contras, em posições muito bem definidas e estruturadas, mas sem rompantes, gritarias, ataques, ofensas e ironias. Sem emocionalismos e sem bazófias. No mínimo, sem agredir os tímpanos.

Pode ser que eu tenha tido sorte de acertar o dia em que todos estavam calmos e bem comportados. Não me pareceu.

Um comentário:

Fernando Parizi disse...

Aliás, foi em Americana que um advogado impetrou ação para reduzir o número de vereadores conforme os critérios constitucionais de proporcionalidade segundo o número de habitantes. Salvo falha de memória, na época, cerca de 10 anos atrás, Americana tinha em torno de 180 mil habitantes e 19 vereadores. Isso foi bem antes do entendimento conjunto do STF e do TSE de que compete às câmaras definir a quantidade de edís pelo mesmo parâmetro, idéia brilhante que deu no que deu: Mogi Mirim, 17 vereadores para uns 85 mil habitantes e Mogi Guaçu, 11 para cerca de 140 mil munícipes. Antes da pérola dos supremos, a primeira não poderia ter hoje mais que 11, quando muito 13 vereadores, ao passo que Mogi Guaçu estaria limitada a 13, embora possa ter 19, talvez 21, só dependendo da vontade dos atuais, cuja maioria, no entanto, resiste a admitir mais que 11.