quarta-feira, 28 de julho de 2010

Eleição e televisão

Concordo inteiramente com César Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, que os debates entre candidatos não tem caráter definidor das eleições. O máximo a que se prestam é a erodir candidaturas, quando surpreendidas no contrapé das pegadinhas.

Uma resposta impensada, um gaguejamento diante de uma questão inesperada, uma traição de memória ou confissão que não deveria ser feita. O autor paga o preço. Já ao contrário disso, o desempenho exemplar, bem comportado, com respostas estruturadas, quase nunca alavancam votos na quantidade suficiente para desequilibrar a disputa.

Por uma razão simples: o formato e as limitações de tempo não permitem que os confrontos revelem conteúdo substancial, capaz de esclarecer e de convencer. Na verdade, na verdade, são grandes shows televisivos que servem às emissoras para se lambuzarem em seu próprio mel.

Dizer o que se vai fazer com o país e do país em conta-gotas de dois minutos, três minutos, é atribuir aos candidatos uma capacidade de síntese ausente no ser humano. A discussão acaba transitando pelas beiradas, no que diz respeito ao conteúdo, e desviada para os ataques e acusações. Assim, resumo: debates no máximo servem para desconstruir. Não edificam.

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