Se não é fácil governar com oposição predominante no Legislativo, não é simples pensar que, detendo a maioria, tudo se transforma em mar de rosas para o Executivo. Em qualquer dos casos – é preciso prestar a atenção nisso – é uma relação, embora política, de seres humanos. Com suas ambições, vaidades e interesses.
Não me recordo de situação semelhante ao que vai ocorrer a partir de janeiro, quando a bancada governista será estrondosamente majoritária. A relação será de 14 por 3. É muita gente de um lado, pouquíssima do outro. Mas, não há a menor garantia de que essa relação se manterá ao longo dos quatro anos. Tenho dúvidas até mesmo de que termine assim o primeiro ano da legislatura.
No sistema político-partidário atual, as maiorias são constituídas inorganicamente. Frutificam a partir de sementes de diversa natureza, porque nascidas de acordos que, de ideológico e programático, nada têm. Se produzem a partir de alianças de ocasião, em geral presididas unicamente pelo interesse na conquista do poder.
No caso da bancada situacionista, as matizes são claras nesse sentido. Houve uma concentração em torno de uma figura, a do prefeito, sabidas suas enormes – e confirmadas – expectativas de sucesso nas urnas. Essas coisas têm dificuldade de prosperar, porque inevitavelmente interesses colidirão.
E não é só. Um componente diferencia a situação anterior da próxima. Agora, Carlos Nelson está fora da disputa. Desaparece a unanimidade e abre-se um vazio para cujo preenchimento não faltarão voluntários. Entre os governistas, seguramente há mais do que um pretendendo fazer trampolim para 2012. Ingrediente básico para – imagino eu aqui com minhas teclas – lançar a semente dissensão.
Não se trata, ao contrário do que podem pensar meus amigos e meus inimigos, de projetar um ambiente apocalíptico. É apenas uma perspectiva possível e provável, fundamentada em experiências já conhecidas, que a história registra às pencas. O grau em que isso poderá se manifestar vai depender, fundamentalmente, não do andar de cima, mas do térreo.
Mais do que no atual mandato, Carlos Nelson vai precisar de todo seu talento de costureiro político para conservar a liga entre os 14 aliados reunidos no Legislativo pela irrecorrível sentença popular. E, especulo, não obterá sucesso sem transigir, o que não é muito de sua personalidade.
Fico na torcida, aqui nesse meu cantinho, de que o entrechoque não produza efeitos em prejuízo do interesse coletivo. O que não é fácil de evitar, já que os agentes políticos, por natureza e defeito genético, costumam operar, antes de tudo, com o olhar em seus próprios interesses.
Não me recordo de situação semelhante ao que vai ocorrer a partir de janeiro, quando a bancada governista será estrondosamente majoritária. A relação será de 14 por 3. É muita gente de um lado, pouquíssima do outro. Mas, não há a menor garantia de que essa relação se manterá ao longo dos quatro anos. Tenho dúvidas até mesmo de que termine assim o primeiro ano da legislatura.
No sistema político-partidário atual, as maiorias são constituídas inorganicamente. Frutificam a partir de sementes de diversa natureza, porque nascidas de acordos que, de ideológico e programático, nada têm. Se produzem a partir de alianças de ocasião, em geral presididas unicamente pelo interesse na conquista do poder.
No caso da bancada situacionista, as matizes são claras nesse sentido. Houve uma concentração em torno de uma figura, a do prefeito, sabidas suas enormes – e confirmadas – expectativas de sucesso nas urnas. Essas coisas têm dificuldade de prosperar, porque inevitavelmente interesses colidirão.
E não é só. Um componente diferencia a situação anterior da próxima. Agora, Carlos Nelson está fora da disputa. Desaparece a unanimidade e abre-se um vazio para cujo preenchimento não faltarão voluntários. Entre os governistas, seguramente há mais do que um pretendendo fazer trampolim para 2012. Ingrediente básico para – imagino eu aqui com minhas teclas – lançar a semente dissensão.
Não se trata, ao contrário do que podem pensar meus amigos e meus inimigos, de projetar um ambiente apocalíptico. É apenas uma perspectiva possível e provável, fundamentada em experiências já conhecidas, que a história registra às pencas. O grau em que isso poderá se manifestar vai depender, fundamentalmente, não do andar de cima, mas do térreo.
Mais do que no atual mandato, Carlos Nelson vai precisar de todo seu talento de costureiro político para conservar a liga entre os 14 aliados reunidos no Legislativo pela irrecorrível sentença popular. E, especulo, não obterá sucesso sem transigir, o que não é muito de sua personalidade.
Fico na torcida, aqui nesse meu cantinho, de que o entrechoque não produza efeitos em prejuízo do interesse coletivo. O que não é fácil de evitar, já que os agentes políticos, por natureza e defeito genético, costumam operar, antes de tudo, com o olhar em seus próprios interesses.
Um comentário:
Acho que o fato de Paula, primeira-dama de Mogi Mirim, ter inéditamente discursado por ocasião do show de Sérgio Reis dá uma pista de como CNB pretende manter as rédeas da situação.
Postar um comentário