quarta-feira, 13 de julho de 2011

Os olhos não mentem

1 – Quem receber a visita de algum parente distante, por prudência não deve levá-lo a conhecer a Praça Rui Barbosa numa tarde de domingo. A impressão que o visitante recolherá será a pior possível. Ao menos na hipótese de que se repita o que aconteceu no final de semana, quando pombos disputavam migalhas e todo tipo de descarte se espalhava pelos canteiros e alamedas da praça. É certo que o grau de sujeira denota sempre o grau de educação de quem a causou. Mas, limpar está entre as tarefas do poder público. De um jeito ou de outro, o povo paga por isso. E quem faz a limpeza não tem razões para se queixar do que anda recebendo.

2 – Alertado pelo amigo Gambardela, fui verificar uma cena que me deixou assustado. Jovens, boa parte aí pela faixa de 14 ou 15 anos, esperavam a abertura de uma casa de shows, no centro, por volta de quatro da tarde de domingo. Até aí, nada além do normal. Espantoso foi verificar o generalizado consumo de bebida alcoólica. Eram poucos os que não levam um copo na mão – tanto rapazes como meninas. Na calçada, garrafas de refrigerante e bebida destilada – provavelmente rum. Aí, vem a lei: é proibido vender bebida a menores. Mas, é proibido que menores bebam, desde que tenham acesso ao produto? Ah! Para completar, companheiro inseparável que é do álcool – e disso eu sei por experiência própria – estava lá o cigarro ornamentando beiços e lábios. Que esperar?

3 – Assustado tenho ficado também com o tratamento que é dado aos usuários dos ônibus urbanos. Sábado havia absoluta desinformação em ponto da Rua Conde de Parnaíba. Além do que o abrigo ainda não havia sido instalado no local. A impressão é de que tudo é feito de maneira improvisada ou com planejamento furado. Aliás, a solução de transferir as linhas para a antiga ‘rua da estação’ é coisa que não vai se sustentar. É remendo em roupa velha. É quebra-galho, por estar absolutamente evidente que não é solução para o usuário do ônibus e tende a ser complicação para o trânsito. Talvez seja necessário um novo governo para compreender a necessidade de soluções definitivas.

4 – A Pernambucanas bem que poderia reduzir aquele mostrengo com que abraça a lateral de sua loja, deixando à mostra um pouco das linhas do velho, extinto e saudoso Cine São José, onde assisti tantos episódios de Hopalong Cassidy em sessões domingueiras matinais. Seria uma forma de homenagear a história da cidade em retribuição ao que leva daqui seguramente há mais de 50 anos.

5 – Deve ser enobrecedor pertencer a um partido político que tem, entre seus expoentes, o filósofo contemporâneo Tiririca e o impoluto Waldemar Costa Neto. Mas, justiça seja feita, praticamente todos têm seus ‘waldemares’.

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