quarta-feira, 27 de julho de 2011

Horizonte em definição

1 – A pergunta que ouço com mais freqüência conforme o calendário avança é a seguinte: quem será o candidato de Carlos Nelson em 2012? Naturalmente que só ele será capaz de responder, mas especulo que, se não vier a não ser Gerson Rossi, o atual chefe do Gabinete terá sofrido uma monumental rasteira na reta final. Age com todas a pinta de que será candidato e desfruta das facilidades políticas proporcionadas pelo governo. Gerson é tão candidato que já se sente perseguido por inimigos. De qualquer forma, como a política se move como as nuvens, estar preparado para um pé nas nádegas é sempre prudente.

2 – Também escuto com insistência a dúvida acerca da candidatura de Paulo Silva. O ex-prefeito adota o discurso politicamente correto de que não pode ser sempre a única solução. Defende que sejam procuradas alternativas. Por sua personalidade dissimulada, é muito difícil interpretar o que Paulo traz por dentro – se de fato desdenha a hipótese de ser prefeito de novo ou se esconde bem suas intenções. Pois bem. Como acho que Gerson Rossi é, hoje, o titular do lado oficial, Paulo é o do outro lado. Correndo tudo normalmente, ambos deverão se encontrar em 7 de outubro de 2012.

3 – Olhando o panorama por uma lente abrangente, penso ser mais fácil costurar a candidatura oficial do que harmonizar a candidatura da oposição. Insisto que Gerson está sendo construído. Enfrenta reações internas de concorrentes e de antipatizantes. Mas, que não se esqueça o peso da mão de Carlos Nelson. Não consigo ver que rebeldias sejam capazes de prosperar. Por mais roto, o guarda-chuva do governo é sempre uma proteção nada desprezível. Então, concluo que seja Gerson ou quem o atual prefeito benzer.

4 – É um pouco diferente o cenário do lado contrário. A candidatura de Paulo reúne muitas simpatias e adesões prévias no campo oposicionista. Mas, ao menos por enquanto, está longe de ser unânime ou sequer consensual. Há postulações paralelas naquilo que é, de fato, o cerne do oposicionismo, formado por PSB, PT e PV. Não é simples costurar isso não. E não é só. Quem convencerá Gustavo Stupp de que é cedo para disputar a Prefeitura? Aliás, me parece que hoje, se alguém é candidato definido à sucessão de Carlos Nelson, este é Stupp.

5 - Estas particularidades, portanto, lançam certas incertezas entre os oposicionistas. Aliás, resumo o meu pensamento no sentido de que o futuro da candidatura governista dependerá da capacidade de a oposição se articular. O quadro que se tem adiante me permite especular sobre a seguinte hipótese: a próxima eleição será decidida pela oposição. Parece óbvio? Não é. As coisas se encaminham para o que insiste em me dizer o vereador João Luis Teixeira: a oposição só perde para ela mesma. Não se ignore nem se menospreze a avaliação.

Nenhum comentário: