quinta-feira, 10 de novembro de 2011

É incêndio, professora

1 – A professora Flávia Rossi foi ao rádio dizer que não existe ‘briga’ entre Prefeitura e Santa Casa, mas uma contenda na esfera judicial, cada qual com um ponto de vista diferente. Se fosse isso, seria ótimo. Mas, é briga sim. Fogueira. Incêndio de alarmantes proporcionais, para cuja propagação seu ilustre e amado líder contribui de forma admirável. Com enorme competência, como lhe é própria em beligerar.

2 – Se não bastasse, mestra, lamento com grande pesar constatar que, ao contrário bombeiros, o incêndio está sendo cercado de incendiários. Ao contrário de debelar, tem gente chegando com galões de gasolina da melhor qualidade. Daquela que não falha mesmo. Há evidentes sinais emitidos a partir de endereços da Rua Dr. José Alves, em que casualmente se instalam o Gabinete do Prefeito e o Departamento de Saúde, de que rezas estão sendo encomendadas. O propósito notório é o de erodir a reputação do oponente, tentar afundá-lo irremediavelmente na desmoralização.

3 – Esse abaixo-assinado a pretexto de afastar o diretor executivo da Santa Casa não precisa sequer de lupa para identificar as digitais do mentor. É de uma evidência oceânica, do mesmo modo que a iniciativa é de ineficácia absoluta. Custa crer que quem o anima, assopra, dá gás à coleta de rubricas, acredite na possibilidade de algum resultado na empreitada a que se meteu. Mas, cumpre o papel com fidelidade, não sem explorar o proveito da capitalização de futuros dividendos eleitorais.

4 – Mas, não faltam arautos. Abro parênteses para notar a posição algo silenciosa, me parecendo refletir sensatez no semblante da líder do prefeito na Câmara, Maria Helena. Fiquei a observá-la atentamente na segunda-feira. Formei a convicção de que ela sabe da sua importância, do seu papel e da sua responsabilidade no concerto da sociedade de Mogi Mirim. Antes de defender governo, especulo que sua sensação seja a de que não pode se atirar à lama dos desaforos politiqueiros. Desse tipo de exemplar ela tem vizinho na ferradura do plenário da Augusta Câmara (salve, salve Jorge França Camargo, que tanta falta está fazendo).

5 – Aliás, para variar, de novo o próprio de novo – o vizinho do plenário, explico – se despiu por inteiro na capacidade da bazófia, da verborragia machista e colérica para espalhar ataques a torto e direito. Não é esse tipo de protagonista que ajuda, porque incapaz da racionalidade e da responsabilidade. É o tipo, cara professora Flávia, que atiça o fogo, que opera com o maldito espírito político de século atrás segundo o qual divergência precisa terminar com a capitulação e, se possível, com a extinção do oponente. É briga, professora, e não se tem constatado gestos dos seus próximos para levar a bom fim aquilo que Vossa Excelência define apenas como peleja judicial.

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