quarta-feira, 2 de junho de 2010

No rumo do fracasso

Não conheço pessoalmente José Serra. De todo modo, me parece ser alguém difícil de se lidar em campanha eleitoral. Pouco afeito a se enquadrar em normas e a ouvir auxiliares. Faz o que dá na telha.

Essa suspeita é que leva a interpretar a conduta do ex-governador, ainda na pré-campanha, como de alguém que está ou ainda não definiu rumos. Não é possível saber, por enquanto, qual é ou qual será seu discurso.

Discurso por discurso, Serra e Dilma Rousseff estão empatados. Soltam fragmentos. Entretanto, Dilma está muito mais centrada, balizando sua trajetória pela colagem aos resultados do governo Lula.

Ao contrário disso, Serra está difuso. Não definiu foco. E pior – para ele – é o fato de estar se dando mal nas relações com a imprensa. Azedo, às vezes debochado, às vezes arrogante.

Relacionar-se de modo inadequado com jornalistas não é um mal em si. O problema é que essa conduta acaba projetando má imagem do candidato – no mínimo, antipático.

Pois acho que é isso que está acontecendo com Serra. Por não ter ou por não querer ouvir conselheiros. Desconfio que, se não proceder a urgente mudança de conduta, estará construindo estrada reta e bem pavimentada para o fracasso.

Um comentário:

Bira Mariano disse...

O problema não é o Serra se relacionar mal com jornalistas. Isto não, porque se esperava isto mesmo deste ser: intolerância, arrivismo e truculência. O problema é outro. São os jornalistas serem obrigados e puxar o saco de um candidato mal educado. Só porque o patrão quer. So porque o patrão obriga, com pena de demissão. Aliás, o jornalismo da hipócrita grande imprensa é uma lama só. E cuja lama, ou seja, o conteúdo editorial inventa factóides (vide o caso dos mentirosos dossiês). E tem jornal do interior que copia até o formato dos jornalões. Uma pena. Uma desgraça.