domingo, 21 de fevereiro de 2010

Medindo por desempenho

Se competência em futebol se mede por desempenho, algumas coisas me parecem claras:

1 – Ricardo Gomes não é o treinador que vai levar o São Paulo de volta aos títulos. Em 10 jogos, três derrotas, dois empates e cinco inexpressivas e sofridas vitórias

2 – A vitória sobre o Monterrey, na Libertadores, foi cristalina demonstração de um time não credenciado à chegar às semifinais

3 – Em 11 contratações, o único que se justificou até agora foi o menos badalado: Xandão. Ressalvados, naturalmente, Fernandinho e Rodrigo Souto, que ainda não estrearam

4 – O São Paulo de agora nem é o do Muricy, que ficava cruzando bolas da intermediária, nem é o de Ricardo Gomes, que não se sabe o que quer taticamente do time

5 – Definitivamente, Washington não será o goleador que abrirá sorrisos no rosto do torcedor

6 – Sob o comando de Francisco Diá, em 10 jogos, o Mogi Mirim venceu dois, empatou dois e perdeu seis

7 – Não será Francisco Diá, portanto, que reverterá a crítica situação em que o Mogi está metido, a apenas UM PONTO do último colocado

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Não é para desconfiar?

A pretexto de esclarecer a proposta de reajuste de 9% ao funcionalismo, combinadamente com a extinção da gratificação por assiduidade, a Prefeitura fez publicação de página há uma semana.

Um dos tópicos me chamou a atenção. Transcrevo: “Para a Prefeitura, o alto número de atestados é inaceitável, além de vergonhoso”.

Informa que, no segundo semestre de 2009, a média de afastamentos foi de 585 por mês. Fiquei intrigado.

Ao considerar “inaceitável” e “vergonhoso”, pareceu-me estar insinuada a hipótese de farsa. Vou direto: fraude. Afastamentos simulados por falsa doença. Não é a única que se possa pensar de algo que é “inaceitável” e “vergonhoso”?

Porque, ao contrário disso, seria reconhecer que o funcionalismo não anda bem de saúde. Em qualquer das hipóteses, o caso sugere uma providência do governo para conter a sangria.

Campanha de Diá é sofrível

Contratado com as bênçãos de Rivaldo, o técnico Francisco Diá faz campanha sofrível com o Mogi Mirim até agora, no Campeonato Paulista.

Em oito jogos, foram só duas vitórias e um saldo negativo de oito gols. Curiosamente, as vitórias foram em jogos nos quais os adversários pareciam favoritos.

Ganhou do Santos, em casa, por 2 a 1 e bateu a Portuguesa no Canindé por 1 a 0.

Com o fracasso diante do Oeste, neste sábado, 16 de fevereiro, o time despencou para 17ª. posição, já na zona do rebaixamento.

É praticamente impossível que permaneça no clube, se o Mogi perder para o Corinthians na quarta-feira, dia 17.

Sob certos aspectos, o desempenho do técnico, oriundo do América de Natal, não é surpreendente.

O Mogi Mirim é sua primeira experiência no futebol de São Paulo. Sua carreira, até então, tinha sido construída no Nordeste, especialmente no Rio Grande do Norte.

Se for dispensado, será a repetição do que aconteceu em 2009, quando Gelson Silva durou poucos jogos, o mesmo acontecendo com Paulo Campos.

O time só se salvou do rebaixamento nas cinco últimas partidas, quando foi comandado por Givanildo de Oliveira.

JOGOS
Palmeiras 5 x 1 Mogi Mirim
Mogi Mirim 2 x 2 R. Branco
Mogi Mirim 2 x 1 Santos
Portuguesa 0 x 1 Mogi Mirim
Mogi Mirim 1 x 1 Bragantino
Mirassol 1 x 0 Mogi Mirim
Botafogo 3 x 0 Mogi Mirim
Mogi Mirim 1 x 3 Oeste

NÚMEROS
08 jogos
02 vitórias
02 empates
04 derrotas
08 gols marcados
16 gols sofridos08 gols de saldo negativo

Noção ausente

Às vezes eu fico em dúvida sobre a noção que se tem acerca do que é a Câmara Municipal. Às vezes me parece que é instrumento para perpetuá-la como instrumento. E por que digo?

Porque somente na segunda-feira, o vereador Luiz Roberto Tavares, o Robertinho, tucano no momento meio atravessado com o governo municipal, apresentou 37 indicações.

Nem o mais otimista dos edis acreditaria ser possível atender 10% dos pedidos. Nem o mais competente dos governos seria capaz de socorrer percentual igual de reivindicações.

O que resta óbvio? De início, a intenção de obter a primazia da abordagem dos temas enfocados, na frente dos concorrentes.

Depois, o propósito de documentar-se para fazer aquela habitual média junto aos eleitores.

Tomei o caso de Robertinho circunstancialmente e diante do espetacular número de expedientes apresentados. Mas, justiça seja feita, não é o único.

Só agora perceberam

Em 18 de outubro de 2008, O POPULAR publicou a seguinte manchete de capa: “Secretário sugere pedágio entre Mogi Mirim e Mogi Guaçu”.

Fazia referência à intenção do Estado em desdobrar o pedágio de Jaguariúna, fracionando a tarifa.

A declaração, dada em Campinas, era do secretário dos Transportes, Mauro Arce.

Pelo visto, a informação não deu causa à menor reação no térreo e no andar de cima do Paço Municipal.

Com certeza, agora todos vão correr atrás, porque o que era uma possibilidade, ano e meio atrás, agora é realidade iminente.

Arruma outra, né 'mané'

O telefone é uma das mais importantes invenções de que o homem desfruta. Agiliza, aproxima, resolve, é um amigão. Mas, também é um belíssimo escudo para muitos se esconderem. No telefone, é fácil mandar dizer que não se está e dar outras tantas esfarrapadas e surradas desculpas.

Esta semana, por exemplo, tentei, por duas vezes, falar com um diretor da Prefeitura. Na primeira, ouvi como resposta que só retornaria do almoço após as três horas da tarde.

Na segunda, a gentil atendente pediu minha identificação, silenciou por instantes e veio com a resposta; “ele está em reunião”.

Desde minhas primeiras experiências com administração pública, ainda na década de 60, essa já era uma desculpa considerada velha, ultrapassada.

Educada mentira, digo eu. Parafraseando Gilberto Doná, colega há anos falecido: essa desculpa é mais antiga que a flatulência de Adão. Com perdão do caráter escroto da frase.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Oposição sem projeto

Se um governo sem projeto é algo muito ruim, não é menos grave uma oposição sem projeto.

“Mas, como?”, indagarão os amigos. “Oposição não governa”. De fato. Mas é, na relação de poderes, co-partícipe da administração, seja da cidade, do Estado ou da União.

Pois é o que acontece aqui. É certo que os opositores do governo municipal instalados na Câmara têm mãos e pernas curtas. De origem, são três. Com Maria Helena, embora tucana, chega a quatro. Episodicamente, com os espasmos de Robertinho, vai a cinco. Não tem poder decisório, portanto. Mas, de pior é o fato de não expressar a menor organicidade.

A conduta é individualizada, na base do cada um por si. Será que se reúnem? Talvez o façam e eu é que sou mal informado. De todo modo, em plenário, não há foco definido.

Não há clareza daquilo em que os contrários divergem, senão pontualmente. Não estou aqui e me por em defesa de que, nas ações legislativas, prime a oposição só pelo meu prazer de ser contrário.
Apenas estou observando que, do modo como age, o saldo ao final dos quatro será igual a nada. Em outras palavras, terminará a legislatura sem conceber um projeto de oposição que seja capaz de mobilizar eleitores nas urnas e promover, portanto, a tão desejável rotatividade no poder.
É coisa de certo nonsense que um vereador se dedique a colher assinaturas de cidadãos para reivindicar melhorias na cidade, como vem fazendo Cinoê Duzo em relação ao Lavapés. Por que?

Ora, afinal o que é o vereador senão o porta-voz da comunidade, como seu representante legítimo – ao menos em tese. Fico entre duas hipóteses: ou o autor da iniciativa aproveita a ocasião para fazer seu marketing ou vereador não anda com a melhor das cotações junto ao Gabinete do Prefeito.

Com a agravante de que, no caso de Cinoê, ele integra a chamada base governista, que não é outra coisa senão aquela que apóia para desfrutar de facilidades.

A propósito dessa iniciativa de Cinoê Duzo, me ocorreu uma ideia. Se para pedir remendos na roupa velha do Lavapés vai-se às ruas ouvir o povo, buscar adesão, não é o caso de aplicar a mesma regra em relação a decisões que são submetidas aos vereadores?

Agora mesmo temos um exemplo: por que não colher assinaturas do povo para saber se está contra ou a favor do reajuste do IPTU, já materializado e enfiado goela abaixo dos contribuintes?

Por que não colhe assinaturas dos servidores municipais acerca da proposta de Carlos Nelson em cortar a assiduidade para conceder a fortuna de 9% de reajuste salarial?

Como não existe meia gravidez, não há meia democracia. Quero até acreditar que a mesma força que terá o abaixo assinado pró-Lavapés é a que teria procedimento semelhante em relação à questão de interesse do funcionalismo. Isto é, nenhuma. Mas, ao menos, o autor ficaria bem na cena.